Processos de formação de palavras e sala de aula de língua indígena
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v15i39.14928Palavras-chave:
Morfologia. Ensino. Língua. Indígena. Metalinguagem.Resumo
A Educação Escolar Indígena brasileira e seus mais diversos atores têm trilhado caminhos rumo à especificidade, ao respeito e à valorização dos conhecimentos que emanam da própria comunidade. Tem contribuído enormemente para esse cenário a formação de professores indígenas conscientes de seu papel social transformador. No que tange ao Ensino de Línguas em Contexto Indígena, a esse professor se coloca o desafio de atribuir a cada ato de ensino sentidos e ações que lhe permitam potencializar o usuário da língua, ao mesmo tempo em que a coloca em lugar de destaque junto à escola e à comunidade. O presente artigo, com esse cenário, volta-se a processos morfológicos de línguas indígenas como objeto de ensino em que o par forma e sentido deve ser tratado de maneira indissociável com fins à construção de aulas capazes de ultrapassar ações pautadas exclusivamente em metalinguagem. O caminho vislumbrado ao longo do artigo, ao propor tal par, considera a língua em si, mas também seu usuário enquanto indivíduo inserido em um contexto socioeconômico e cultural.
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