Processos de formação de palavras e sala de aula de língua indígena
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v15i39.14928Keywords:
Morfologia. Ensino. Língua. Indígena. Metalinguagem.Abstract
A Educação Escolar Indígena brasileira e seus mais diversos atores têm trilhado caminhos rumo à especificidade, ao respeito e à valorização dos conhecimentos que emanam da própria comunidade. Tem contribuído enormemente para esse cenário a formação de professores indígenas conscientes de seu papel social transformador. No que tange ao Ensino de Línguas em Contexto Indígena, a esse professor se coloca o desafio de atribuir a cada ato de ensino sentidos e ações que lhe permitam potencializar o usuário da língua, ao mesmo tempo em que a coloca em lugar de destaque junto à escola e à comunidade. O presente artigo, com esse cenário, volta-se a processos morfológicos de línguas indígenas como objeto de ensino em que o par forma e sentido deve ser tratado de maneira indissociável com fins à construção de aulas capazes de ultrapassar ações pautadas exclusivamente em metalinguagem. O caminho vislumbrado ao longo do artigo, ao propor tal par, considera a língua em si, mas também seu usuário enquanto indivíduo inserido em um contexto socioeconômico e cultural.
Downloads
References
BEARD, R. Derivation. In. SPENCER, A; ZWICKY, A. M. The Handbook of Morphology. Wiley Publishing, 1998, p. 44-65.
BRANDÃO, A. P. A reference grammar of Paresi-Haliti (Arawak). 2014. 457f. Tese (Doutorado em Linguística) – Doutorado em letras: Universidade do Texas, Texas, 2014.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília-DF, 1996.
BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 5, de 22 de junho de 2012. Brasília: CNE, 2012.
CAMARGO, E. Operadores aspectuais de estado marcando o nome em Wayana (Caribe). Revista LIAMES, v. 8, p. 85-104, 2008.
COSTA, I. O.; BRANDÃO, A. P. B. Neologismo em Paresi-Haliti. Revista Brasileira de Línguas Indígenas – RBLI, v. 2, n. 2, p. 64-77, jul./dez. 2019.
DIXON, R. M. W.; AIKHENVALD, A. Y. Amazonian languages. New York: CUP, 1999.
EPPS, P.; SALANOVA, A. P. The Languages of Amazonia. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, vol. 11, p. 1-28, 2013. Available at: http://digitalcommons.trinity.edu/tipiti/vol11/iss1/1
EVANS, V. Cognitive Linguistics: A Complete Guide. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2019.
GOMES, A. A. S. Interculturalidade e decolonialidade na educação escolar indígena o papel da língua indígena. In. ______. (Org.). Ensino de Línguas e Educação Escolar Indígena. Macapá-AP; Editora da Universidade Federal do Amapá, 2019, p. 14-29. Disponível em: https://www2.unifap.br/editora/files/2020/08/ensino-de-linguas-e-educacao-indigena.pdf
KAXINAWÁ, J. P. L. Morfologia verbal Kaxinawá. In. SANTOS, G. M. F. dos; OLIVEIRA, R. C; JANUÁRIO, E. (Orgs.). Aprendendo linguística na faculdade indígena. Série Práticas Interculturais. Barra do Bugres, UNEMAT, 2010. p. 133-138.
LANGACKER, R. Cognitive Grammar: a basic introduction. New York: Oxford University Press, 2008.
LANGACKER, R. Foundations of Cognitive Grammar: Theoretical Prerequisites. Stanford: Stanford University Press, 1987.
LIMA, S. A estrutura argumental dos verbos da língua Yudja (Juruna): formação dos verbos e os processos de atribuição e mudança de valência. In. STORTO, L.; FRANCHETTO, B.; LIMA, S. (Orgs). Sintaxe e semântica do verbo em línguas indígenas no Brasil. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2014, p. 65-98.
PAULA, A. S. de. A morfologia nas pesquisas sobre línguas indígenas no Brasil. Revista de Estudos Linguísticos e Literários, nº 61, JUL-DEZ, p. 190-204, 2018.
RODRIGUES, A. D. A originalidade das línguas indígenas brasileiras. Revista Brasileira de Linguística Antropológica, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 187–195, 2018. DOI: 10.26512/rbla.v9i1.19521. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/ling/article/view/19521. Acesso em: 6 jun. 2021.
SEKI, L. Línguas indígenas do Brasil no limiar do século XXI. Revista Impulso, volume 12, n. 27 (edição sobre os 500 anos do Brasil), p. 233-256, 2000.
STORTO, L. R. Algumas categorias funcionais em Karitiana. In. CABRAL, A. S. A. C.; RODRIGUES, A. D. (Orgs.). Atas do I Encontro Internacional do Grupo de Trabalho sobre Línguas Indígenas da ANPOLL, TOMO I: Línguas indígenas brasileiras Fonologia, Gramática e História. Belém-PA, Editora Universitária, 2002, p. 151-164.
STUMP, G. T. Inflection. SPENCER, A; ZWICKY, A. M. The Handbook of Morphology. Wiley Publishing, 1998, p. 13-43.
TELLES, S. Construções possessivas em Latundê. In. CABRAL, A. S. A. C.; RODRIGUES, A. D. (Orgs.). Atas do I Encontro Internacional do Grupo de Trabalho sobre Línguas Indígenas da ANPOLL, TOMO II: Línguas indígenas brasileiras Fonologia, Gramática e História. Belém-PA, Editora Universitária, 2002, p. 157-163.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2021 Raído
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported License.
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.