O gênero relatório de estágio como catalisador de uma escrita implicada: valorações sobre o ser e o fazer docente no campo do estágio
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v19i48.20246Palabras clave:
Dialogismo, Dimensão axiológica, Escrita implicada, Relatório, EstágioResumen
Pretendemos, com este artigo, apresentar como a Teoria Dialógica do Discurso pode subsidiar a reflexão sobre uma escrita implicada, modalizada, crivada por avaliações que corroboram para a produção de sentidos concernentes ao métier da docência e, por sua vez, à construção da identidade profissional do estagiário no e pelo relatório de estágio. O dialogismo, como pressuposto da linguagem, deixa entrever a dimensão axiológica do todo arquitetônico, visto que a palavra ganha vida com a entonação. Interessa-nos, portanto, analisar as estratégias linguístico-discursivas investidas na escrita do relatório que expressam posicionamentos assumidos acerca do exercício da docência. O corpus, constituído por 20 relatórios produzidos na disciplina Estágio em Ensino de Leitura, ofertada no âmbito do curso de Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi delimitado a 2 produções que mais elucidavam as reflexões sobre o processo de atualização representacional disparado pela produção textual/discursiva, revelando as respostas (responsividade) ao repertório mobilizado concernente ao trabalho do professor. Acreditamos que a escrita do relatório pode colaborar para o aprimoramento de uma escrita implicada, valorada e, por conseguinte, pode trazer à baila elementos que nos ajudam a compreender modos de significar a docência, bem como a perceber dificuldades de expressão de sentimentos, de posicionamentos, a fim de uma maior satisfação de objetivos educacionais na formação inicial.
Descargas
Citas
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Organização, tradução, posfácio e notas de Paulo Bezerra; notas da edição russa de Sergei Botchararov. São Paulo: Editora 34, 2016.
BAKHTIN, M. Para uma filosofia do ato. Tradução de Valdemir Miotello e Carlos Alberto Faraco. São Carlos: Pedro e João Editores, 2017.
BAKHTIN, M. Teoria do romance II: As formas do tempo e do cronotopo. Tradução, posfácio e notas de Paulo Bezerra; organização da edição russa de Serguei Botchararov e Vadim Kójinov. São Paulo: Editora 34, 2018.
BAKHTIN, M. M. O homem ao espelho: apontamentos dos anos 1940. São Carlos: Pedro & João Editores, 2019.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BATISTA, P. C.; CREPALDI, N. P.; SANTOS, A. R. dos. O estágio curricular supervisionado de Língua Portuguesa em contexto de ensino remoto. Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 13, n. 1, p. 162-180, 2021.
FERREIRA, T. B.; ADELINO, F. J. da; DEUS, K. R. G. de. Os modalizadores discursivos no gênero relatório de estágio curricular supervisionado. Humanidades e Inovação, Palmas, v. 10. n. 5, p. 157-173, 2023.
LEA, M. R.; STREET, B. V. The “Academic literacies” model: theory and applications, Theory Into Practice, Ohio, v. 45, n. 4, p. 368-377, out. 2006.
LIMA, Maria Socorro Lucena. Reflexões sobre o estágio/prática de ensino na formação de professores. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 8, n. 23, p. 195-205, 2008.
MACHADO, A. R. O ensino como trabalho: uma abordagem enunciativo-discursiva. In: MACHADO, A. R.; GUIMARÃES, E. (Orgs.). Linguagem, trabalho e formação docente. Campinas: Mercado de Letras, 2005.
MATENCIO, M. L. M. Escrita e constituição de sentidos. In: ROJO, Roxane (Org.). Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. Campinas: Mercado de Letras, 2005.
MATENCIO, M. L. M. A escrita como ação de linguagem na escola. In: ROJO, Roxane (Org.). Escrita e leitura na escola: o real, o possível e o necessário. Campinas: Mercado de Letras, 2009.
MEDIVIÉDEV, P. N. O método formal nos estudos literários: introdução crítica a uma poética sociológica. Tradução de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Contexto, 2012.
RIBEIRO, P. B. O discurso docente (re)velado no gênero memorial. 2008. 293 f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
RIBEIRO, P. B. Funcionamento do Gênero Discursivo. Bakhtiniana – Revista de Estudos do Discurso, São Paulo, v. 1, p. 54-67, 2010.
RIBEIRO, P. B. Representações do ser professor no curso de Letras. Revista do GEL, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 97-116, 2014
RIBEIRO, P. B. Representações identitárias sobre o métier do professor no contexto do estágio. Veredas - Revista de Estudos Linguísticos, Juiz de Fora, v. 21, n. 3, p. 383-400, 2017.
ROJO, R.; BARBOSA, J. P. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.
SIGNORINI, I. Gêneros catalisadores: letramento e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
STREET, B. V. Dimensões “escondidas” na escrita de artigos acadêmicos. Tradução: Armando Silveiro; contribuições: Adriana Fischer. Perspectiva, Florianópolis, v. 28, n. 2, p. 541-567, jul./dez. 2010.
VOLÓCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução, notas e glossário de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2018.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Reconocimiento-NoComercial-CompartirIgual 3.0.
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
