Devir-outro e potencialidade política da escrita no encontro com a infância: reflexões a partir do livro/filme Todos se van
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v16i41.15937Palabras clave:
cinema, literatura, micropolítica, subjetivação, infânciaResumen
Este artigo tematiza a potencialidade política da escrita, buscando compreendê-la em suas conexões com os processos de subjetivação e singularização. Para tanto, analisa a relação estabelecida com a escrita pela garota Nieve, protagonista do romance Todos se van (2006, 2011) e do filme homônimo (2015) nele inspirado. Nieve é o alter ego da escritora cubana Wendy Guerra, que produziu suas primeiras poesias ainda na infância, sendo Todos se van derivado da compilação de seus diários. O aporte teórico do artigo inclui formulações de Foucault (1979, 2009, 2014), Guattari (1996, 1997, 2012, 2021) e Deleuze (1997, 1998, 2010, 2011, 2012, 2013), principalmente. A abordagem metodológica privilegia o estudo das obras como documentos históricos que guardam relação com seus contextos de produção e recepção. A análise constata que a relação de Nieve/Wendy com a escrita contribuiu para forjar sua subjetividade, estando associada a processos de singularização que remetem ao devir-criança e ao devir-escritora, principalmente. Conclui-se que as obras analisadas - assim como outras produções literárias e cinematográficas latino-americanas gestadas em contextos marcados por alguma forma de autoritarismo político, intolerância ao dissenso e/ou perda de direitos - expressa a potencialidade política da arte, ao contribuir para a visibilização das formas de opressão que atingem as pessoas às quais é dificultada/negada a possibilidade de participar nas decisões políticas e, consequentemente, exercer plenamente sua cidadania.
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FILMOGRAFIA DO CORPUS
TODOS se van. Direção: Sergio Cabrera. Roteiro: Sergio Cabrera, Ramón Jimeno & Laura Martel. Baseado no romance homônimo de Wendy Guerra. Cor, 100 min, Colômbia, 2015
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