Sob o signo de Mnemósine: a memória no filme Os narradores de Javé de Eliane Caffé (2003)
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v16i41.15664Palavras-chave:
Memória, lugares de memória, adaptação midiática, narrativas orais, Os narradores de JavéResumo
O presente artigo analisa as memórias coletiva e individual constituem a cidade de Javé, do longa-metragem Os narradores de Javé (2003), dirigido por Eliane Caffé. No filme, as narrativas orais dos personagens se entrelaçam formando uma colcha de retalhos com visões dissociadas sobre a construção do vale. Em relação ao conceito de memória, entende-se que ela é constituída de fragmentos e tem o esquecimento como uma condicional, assim, várias vozes podem compor diferentes tramas sobre um acontecimento. O diálogo entre o presente e o passado são uma constante na trama e trazem uma carga que contribui para a constituição de cada morador. Perceber a simbologia das recordações e como elas são relembradas pelos moradores na reconstituição do passado pelas vias orais com a pretensão da escrita de um livro científico. As narrativas da constituição da cidade possuem um valor incondicional para os moradores, assim, perceber como a adaptação midiática para as vias escritas seria realizada por Antônio Biá é fundamental para compreender as nuances de cada mídia e como a adaptação é tratada no longa. Para tal estudo, se realizará uma pesquisa bibliográfica que visa a análise das cenas do filme com os conceitos de adaptação midiática, memória e lugares de memória.
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Referências
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FILMOGRAFIA DO CORPUS
OS NARRADORES de Javé. Direção: Eliane Caffé. Produção: Vania Catani, Caio Gullano, Fabiano Gullane. Brasil: Bananeira filmes, Gullane filmes, Laterit Productions, riofilme, 2003. Arquivo digital. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?-v=Trm-CyihYs8. Acesso em: 10 fev. 2022
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