O local e o global e as perspectivas teóricas da comparação para os estudos em torno da formação do professor

Autores

  • Luciana Cristina Porfírio [UNESP]

Palavras-chave:

Globalização. Formação de Professores. Estudos Comparados. Estrangeiro Indígena. Externalizações. Sincretismo.

Resumo

O presente texto é o desdobramento de um capítulo de tese de doutorado que se encontra em vias de conclusão e seu objetivo é discutir algumas possibilidades de análise no campo da formação docente tendo os estudos comparados como perspectiva teórico-metodológica de análise. As tão propagadas dinâmicas sociais em um mundo globalizado e a reforma educacional dela decorrente tem colocado a formação de professores como a solução para o problema da qualidade na educação. Em linhas gerais, o campo da educação comparada tem sido abordado por duas tradições investigativas, a primeira representada por alguns autores vinculados à universidade de Standford, os quais se destacam Meyer e Ramírez comumente citados nos trabalhos como ‘neoinstitucionalistas’, e a segunda, normalmente representada por Schriewer que se opõe à primeira por não levar em conta a idiossincrasia cultural e não salientar a variedade das estruturas estabelecidas pelas inter-relações existentes na constituição histórica de cada nação. Nesse sentido, busca-se indicar que ambos os estudos são necessários, porém, para as análises em âmbito local, as teorias que advogam regularidades, padronização ou subordinação do nacional ao internacional não são suficientes para entender a complexidade destes processos. Trata-se de perceber que no interior destes há uma circularidade de sujeitos, atores educacionais e textos (os estrangeiros indígenas), que apesar de possuírem referencias globais (externalizações), em âmbito local, se apresentam de forma sincrética por meio da seleção e apropriações que foram sendo realizadas de acordo com a realidade vivenciada cada localidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AMARAL, M. P. do. Política pública educacional e sua dimensão internacional: abordagens teóricas. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. especial, 2010, p. 39-54.

BALL, S. J. Diretrizes políticas globais e relações políticas locais em

educação. Currículo sem fronteiras, vol 1, n° 2, p. 99-116, jul./dez. 2001.

Disponível em http://www.curriculosemfronteiras.org/vol1iss2articles/ball.pdf (Acesso em 02/01/2012)

BEECH, J. Repensando la transferencia educativa: de la transferencia

transnacional a los modelos universales de educácion. Disponível em

www.fundacionluminis.org.ar/articulos (Acesso em 02/09/2011).

CANÁRIO, R. A escola e a abordagem aomparada. Novas realidades e

novos olhares. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 1, 2006. p. 27-36. Disponível em http://sisifo.fpce.ul.pt (Acesso em 04/03/2011).

DALE, R. Globalização e educação: demonstrando a existência de uma

“Cultura Educacional Comum” ou localizando uma “Agenda Globalmente

Estruturada para a educação”? Educação e Sociedade. Vol. 25, n.87,

maio/ago., 2004. Disponível em: www.cedes.unicamp.br (Acesso em

Março/2008).

GRUZINSKI, S. O historiador, o macaco e a centaura: a “história cultural”

no novo milênio. Estudos Avançados, v. 17, n.49, 2003, p. 321-342.

LAW, M. Os professores e a fabricação de identidades. In: Currículo sem

fronteiras, v.1, n.2, pp.117-130, Jul./Dez. 2001.

IANNI, O. O professor como intelectual: cultura e dependência. In:

CATANI, D. B. et al. (Orgs.). Universidade, escola e formação de

professores. São Paulo: Brasiliense, 1986.

MADEIRA, A. I. C. Estudos comparados e história da educação colonial:

reflexões teóricas e metodológicas sobre a comparação no espaço da língua portuguesa. In: Educação, Porto Alegre/RS, v. 31, n. 2, p. 103-123, maio/ago. 2008.

MARCONDES, M. A. S. Educação comparada: perspectivas teóricas e

investigações. EccoS revista científica, junho, 2005/vol. 7, número 001.

Centro Universitário Nove de Julho. São Paulo, Brasil. p. 139-163.

MARZOCHI, S. F. Mundialização, modernidade, pós-modernidade.

Entrevista com Renato Ortiz. Revista Ciências Sociais Unisinos. 43(1),

jan./abr. 2007. Disponível em: http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/images/stories/pdfs_ciencias/v43n1/entr_ortiz.pdfldman (Acesso em 12/09/2010).

MEYER, J. Globalização e currículo: problemas para a teoria em sociologia

da educação. In: NÓVOA, A.; SCHRIEWER, J. (eds.). A Difusão Mundial

da Escola. Lisboa: Educa, 2002, pp. 15-32.

NÓVOA, A. État des lieux de l’éducation comparée: paradigmes, avancées, impasses”. In: L’ apport de l’education comparée à l’Éurope de

l’éducation. Paris: Institut EPICE, 2000.

_______. Vers um comparatisme critique. Regards sur l’éducation. Lisboa: Educa (en collaboration avec Tali Yariv-Marshal). In: Canário, Rui. A Escola e a abordagem comparada. Novas realidades e novos olhares. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 1, 2006. pp. 27-36. Diponível em

http://sisifo.fpce.ul.pt (Acesso em 04/03/2011).

ORTIZ, R. Memória coletiva e sincretismo científico: as teorias raciais do

século XIX, p.13-35; Da raça à cultura: a mestiçagem e o nacional, p. 36-44. In: Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 1985.

_____. Mundialização e cultura. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

POPKEWITZ, T. S. A Reforma como administração social da criança: a

globalização do conhecimento e do poder. In: BURBULES, N. C.;

TORRES, C. A. (et al.). Globalização e educação: perspectivas críticas.

Tradução Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre, RS: Artmed Editora, 2004.

_____. Imaginarios nacionales, el extranjero indígena y el poder:

investigación en educación comparada. In: SCHRIEWER, J. (Compilador).

Formación del discurso en la educación comparada. Colección Education y

conocimiento. Director: Miguel A. Pereyra. Barcelona: Ediciones Pomares,

_____. Reforma educacional: uma política sociológica – poder e

conhecimento em educação. Tradução Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1997.

SCHRIEWER, J. (Compilador.). Formación del discurso en la educación

comparada. Colección Education y conocimiento. Director: Miguel A.

Pereyra. Barcelona: Ediciones Pomares, 2002.

_______. Formas de externalização no conhecimento educacional. Lisboa: Educa, 2001. (Cadernos Prestige).

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 5ª. Edição.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

_____.; LESSARD, C. (Orgs.). O ofício de professor: história, perspectivas

e desafios internacionais. Tradução de Lucy Magalhães. Petrópolis, RJ:

Vozes, 2008.

WARDE, M. J. Americanismo e educação: um ensaio no espelho. São

Paulo em Perspectiva, v.14, n.2, 2000, p. 37-43.

Downloads

Como Citar

PORFÍRIO, Luciana Cristina. O local e o global e as perspectivas teóricas da comparação para os estudos em torno da formação do professor. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 2, n. 5, p. p.114–131, 2012. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/educacao/article/view/2151. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Demanda Contínua