Literatura e ciências humanas
transgressões para uma educação decolonial e antirracista
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v14iesp.2.19707Palavras-chave:
Literatura, Ciências humanas, Antirascismo, Decolonialidade, TransgressãoResumo
Em 2023, a Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (FE/UFG) completou 55 anos de uma história marcada por memórias de enfrentamentos, resistências, mas também de muitas conquistas. Foi palco da primeira greve durante o período da Ditadura Militar no Brasil e vem sendo lugar de encontros e debates de pessoas ligadas a movimentos sociais, sociedade civil, alunos e docentes também de outras faculdades, sinalizando seu perfil de luta. Nesse sentido, esse artigo registra parte de como temos desenvolvido atividades de enfrentamento, no tempo presente, dentro e fora das salas de aula e, para tanto, consideramos pertinente compartilhar a experiência que uniu a Literatura e as Ciências Humanas no debate sobre o romance Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, desenvolvida com discentes do 3º período do curso de Pedagogia da Instituição. Com base em pressupostos teóricos de Candido (1995), Cara (2019), hooks (2017, 2019), Rufino (2021), entre outros, demonstramos como a literatura pode agregar debates, trocas, encontros e desencontros profícuos, representando uma transgressão decolonial e antirracista. A leitura da obra de Evaristo construiu e descortinou “escrevivências” em todos nós, transgredindo os padrões impostos e nos mostrando que as insurgências não findam e são fundamentais.
Downloads
Referências
CANDIDO, A. O direito à literatura. In: Vários escritos. São Paulo: Duas cidades, 2004. p. 169-191.
CARA, D. Contra a barbárie, o direito à educação. In: CÁSSIO, F. (org.). Educação contra a barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2019.
CÔRTES, C. Diálogos sobre escrevivência e silêncio. In: DUARTE, C. L.; CÔRTES, C.; PEREIRA, M. R. A. (org.). Escrevivências: Identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo. 2. ed. Belo Horizonte: Idea, 2018. p. 51-60.
EVARISTO, C. Conceição Evaristo: ‘minha escrita é contaminada pela condição de mulher negra’. Nexo Jornal, São Paulo, 26 de maio de 2017. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/05/26/conceicao-evaristo-minha-escrita-e-contaminada-pela-condicao-de-mulher-negra. Acesso em: 25 jun. 2024.
EVARISTO, C. Gênero e etnia: uma escre(vivência) da dupla face. In: MOREIRA, N. M. B.; SCHNEIDER, D. (ed.). Mulheres no mundo, etnia, marginalidade e diáspora. João Pessoa: Idea, 2005. p. 201-212
EVARISTO, C. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro: Pallas, 2022.
GOSFOGUEL, R. Dilemas dos estudos étnicos norte-americanos: multiculturalismo identitário, colonização disciplinar e epistemologias decoloniais. Ciência e Cultura, São Paulo; v. 59, n. 2, p. 32-35, 2007. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252007000200015. Acesso em: 25 jun. 2024.
HOOKS, B. Educação democrática. In: CÁSSIO, F. (org.). Educação contra a barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2019. p. 243-246.
HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2017.
MALDONADO-TORRES, N. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 127-167.
MOSQUERA, S. A. La trata negrera y la esclavización: una perspectiva histórico-psicológica. Bogotá: Apidama, 2017.
OLIVEIRA, L. F. Educação e militância decolonial. Rio de Janeiro: Selo Novo, 2018.
RUFINO, L. Vence-demanda: educação e descolonização. Rio de Janeiro: Mórula, 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Educação e Fronteiras

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.



