Gestão democrática da escola pública: propostas à reforma educacional em Angola

Auteurs

  • Isaac Paxe Universidade Federal da Grande Dourados

Mots-clés :

Educação em Angola. Reforma educativa. Gestão democrática.

Résumé

Pensamos que a escola pública angolana no contexto da sua reforma deveria centrar a sua discussão sobre a eficácia dos processos de operacionalização, em atividades na escola, dos fins propostos para a educação, bem como a natureza da ideia de organização e gestão do trabalho escolar. Este texto visa a abordar esses aspectos, porque não foi a opção da escola que desvirtuou a eficácia da política educacional anterior, mas a maneira como se operacionalizou a mesma na realidade da escola. Devido os desafios de transição de uma sociedade de pretensões socialistas de partido único para uma democracia multipartidária, os fins da educação propostos que, entre outros, visam à formação de cidadãos para o agir democrático, requerem uma realidade escolar que se afaste da cultura do centralismo e do autoritarismo que vigorou nas escolas públicas angolanas no período anterior ao da reforma educativa proposta. Mostramos com Pistrak que mais do que a sua declaração formal, os fins das escolas devem ser adequados à natureza do trabalho da escola e a expectativa do trabalho dos alunos. Para isso, requer-se uma cultura que facilite o trabalho coletivo, cultura essa desenvolvida e facilitada com os processos de gestão democrática julgada como a possibilidade da apropriação do processo de educação como uma questão coletiva.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

ANGOLA. Ministério da Educação. Cursos de formação de professores: organização e gestão escolar. Luanda, Ministério da Educação, 1981.

______. Ministério da Educação. Informação sobre a implementação do novo sistema de educação: reforma educativa do ensino primário e secundário. Luanda: INIDE, 2009.

______. Ministério da Educação. Princípios de base para a reformulação do sistema ensino na R.P.A. Luanda: Ministério da Educação, 1978.

GONZALEZ ARROYO, Miguel. Gestão democrática: recuperar sua radicalidade política? In: CORREA, B. C.; GARCIA, T.O (Orgs.). Políticas educacionais e organização do trabalho na escola. São Paulo: Xamã, 2008. p. 39-56.

MOTTA. F. C. P. Administração e participação: reflexões para a educação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 369-373, jul./ dez. 2003

NGULUVE, Alberto Kapitango. Educação angolana: políticas de reformas do sistema educacional. São Paulo: Biscalchim, 2010.

PARO, Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. 13. ed. São Paulo: Cortez; Autores Associados, 2005.

______, Vitor Henrique. Educação como exercício do poder: crítica ao senso comum em educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

______, Vitor Henrique. Eleição de directores: a escola pública experimenta a democracia. Campinas: Papirus, 1996.

______, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2008.

______, Vitor Henrique. Implicações do caráter político da educação para a administração da escola pública. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 11-23, jul./dez. 2002.

______, Vitor Henrique. Por dentro da escola pública. 3. ed. São Paulo: Xamã, 2000.

PISTRAK, Moisey Mikhaylovich. Fundamentos da escola do trabalho. São Paulo: Civilização Brasileira, 1981.

SOUZA, Ângelo Ricardo. Perfil da gestão escolar no Brasil. São Paulo, 2006. Tese (Doutorado em Educação), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2006.

WORLD BANK. Education in Sub-saharan Africa: policies for adjustment, revitalization, and expansion. Washington, D.C.: World Bank, 1988. (World Bank Policies Study, n. 9777).

Téléchargements

Publiée

2014-10-22

Comment citer

PAXE, Isaac. Gestão democrática da escola pública: propostas à reforma educacional em Angola. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 4, n. 10, p. 39–52, 2014. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/educacao/article/view/3647. Acesso em: 24 nov. 2024.

Numéro

Rubrique

DOSSIÊ POLÍTICA, GESTÃO E FORMAÇÃO DOCENTE