“Tudo o que se ajunta espalha”: o duplo em “Conversa de bois”, de Guimarães Rosa

Autores

  • Roberto Rossi Menegotto Universidade de Caxias do Sul
  • João Claudio Arendt Universidade de Caxias do Sul

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v12i29.7705

Palavras-chave:

Sagarana. “Conversa de bois”. Guimarães Rosa. Fantástico. Duplo.

Resumo

Em “Conversa de bois”, oitavo conto de Sagarana, de Guimarães Rosa, percebe-se a ocorrência do fenômeno do duplo: uma instabilidade do Eu que acarreta no surgimento de uma representação corpórea com as características inversas de um personagem. O Outro de Tiãozinho surge, gradativamente, ao longo da narrativa, na figura dos bois que puxam a carroça de Agenor Soronho. O objetivo deste artigo é investigar como ocorre esse processo e analisar as etapas que culminam no duplo. O amparo bibliográfico buscado é oriundo dos Estudos Literários, com autores como Antonio Candido (1989), Jean Chevalier e Alain Gheerbrant (2017), Walnice Nogueira Galvão (2008), Ana Maria Lisboa de Mello (2000), Mônica Meyer (2008), Otto Rank (2013), David Roas (2014), Clément Rosset (1976) e Irene Gilberto Simões (1998).

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Biografia do Autor

Roberto Rossi Menegotto, Universidade de Caxias do Sul

Bolsista PROSUC/CAPES no Programa de Doutorado em Letras – Associação Ampla UCS/UniRitter. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade pela Universidade de Caxias do Sul.

João Claudio Arendt, Universidade de Caxias do Sul

Editor chefe de Antares (Letras e Humanidades), docente no Programa de Doutorado em Letras – Associação Ampla UCS/UniRitter e no Programa de Pós-graduação em Letras e Cultura da UCS.

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Publicado

05.12.2018

Como Citar

Menegotto, R. R., & Arendt, J. C. (2018). “Tudo o que se ajunta espalha”: o duplo em “Conversa de bois”, de Guimarães Rosa. Raído, 12(29), 67–80. https://doi.org/10.30612/raido.v12i29.7705

Edição

Seção

DO FANTÁSTICO E SEUS ARREDORES