Escritoras brasileiras de literatura infantil e juvenil: história e resistência em marcas autobiográficas (século XX)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v19i47.19823

Palabras clave:

Autobiografia, Escritoras brasileiras, Século XX, Literatura infantojuvenil, Denúncia

Resumen

Neste artigo se reflete sobre as marcas autobiográficas presentes nas produções de algumas escritoras brasileiras de literatura infantil e juvenil, considerando o ato de produção desses textos como manifestações fidedignas de resistência, perante um sistema patriarcal e excludente. O recorte se faz na problematização de escritas feitas por mulheres nascidas no século XX, representantes na literatura infantojuvenil e autoras de textos autobiográficos que revelam enfrentamentos, vozes, relações de poder, contextos vivenciados e intencionalidades. A discussão insere-se nos estudos da história das mulheres, da literatura como fonte histórica e do exercício autobiográfico, considerando a consonância dessas perspectivas como escritas denunciantes e de combate. Em essência, este trabalho também procurou evidenciar que autoras brasileiras inseridas em distintos contextos sociais, políticos e econômicos, utilizaram a escrita de si para contar imaginários, sensibilidades e processos. Ademais, é possível refletir que a produção autobiográfica pode impactar e instigar as novas gerações, leitoras de literaturas infantis e juvenis, a conhecerem histórias de vida de mulheres brasileiras. Consideraram-se as produções de Alaíde Lisboa de Oliveira, Ana Maria Machado, Clarice Lispector, Lygia Bojunga, Marina Colasanti, Tatiana Belink e Zélia Gattai.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Ana Raquel Costa Dias, Universidade de Brasília

Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, do Departamento de Teoria e Fundamentos na área de História da Educação (TEF-FE/UnB). Doutora em Educação (2023) e Mestra em Educação (2018) pelo Programa de Pós - Graduação em Educação da Universidade Federal de Goiás (PPGE-FE/UFG). Linha de Pesquisa: Estado, Políticas e História da Educação. Coordenadora do GT de História da Educação da ANPUH-Goiás. (Biênios: 2020/2022; 2022/2024 e 2024/2026). Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (2011). Especialista em História Cultural: Imaginários, Identidades e Narrativas (PPGH-FH/UFG). Especialista em Educação e Tecnologias - Habilitação: Docência na Educação a Distância na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas: Infância, Cultura e História da Universidade Federal de São Paulo (GEPICH/UNIFESP) e do Grupo de Pesquisa em História e Historiografia da Educação da Universidade de Brasília (GRUPHE/UnB). Atuação como Coordenadora Pedagógica e Professora no curso de Pedagogia em redes de ensino superior privadas. Atuação como Professora; Coordenadora Pedagógica e Apoio Técnico Pedagógico na Rede Municipal de Educação de Goiânia (2011-2024). Associada individual das entidades: ANPEd - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação; ANPUH - Associação Nacional de História; SBHE - Sociedade Brasileira de História da Educação; ABALF - Associação Brasileira de Alfabetização. Pesquisadora das temáticas: História da Educação brasileira; Biografias históricas; História das Mulheres; Impressos Escolares; História e Literatura; Ensino de História para crianças; Historiografia educacional. Contatos: ana.dias@unb.br ou profa.anaraquel@gmail.com

Elisângela Figueiredo de Oliveira Silva, Secretaria Municipal de Educação de Goiânia

Graduação em Letras [Licenciatura em Língua Portuguesa e Língua Inglesa] e suas Literaturas pelo Instituto de Ciências Sociais e Humanas [ICSH] (2005). Possui experiência na rede pública e privada de educação básica como professora de língua portuguesa, língua inglesa e literatura [ensino fundamental e ensino médio], coordenadora pedagógica, diretora e ocupou cargos de chefia na administração pública educacional. Servidora efetiva da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura Municipal de Goiânia. Exerce atualmente a função de Apoio Técnico - Pedagógico. Possui interesse em temas relacionados à língua portuguesa e inglesa, especialmente: literaturas, ensino de língua inglesa.

Citas

ALBERTI, Verena. Literatura e Autobiografia: a questão do sujeito na narrativa. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 4, nº 7, 1991. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/reh/article/view/2313/1452. Acesso em: 13 fev. 2025.

ARENDT, Hannah. O Que é Política? Trad. Reinaldo Guarany. 6Ş ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

BELINKY, Tatiana. Transplante de menina. São Paulo: Ática, 2003.

BENJAMIN, Flaviana. Poéticas de Si. Autobiografia como estratégia artística de subversão das mulheres. 2018. 111 f. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas)-Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

BOJUNGA, Lygia. Os colegas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.

BOJUNGA, Lygia. A bolsa amarela. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.

BOJUNGA, Lygia. A casa da madrinha. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978.

BOJUNGA, Lygia. O Rio e Eu. São Paulo: Salamandra, 1999.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil. Teoria, análise e didática. São Paulo: Moderna, 2000.

COLASANTI, Marina. Minha guerra alheia. Rio de Janeiro: Record, 2010.

DIAS, Ana Raquel Costa. Biografias de Mulheres na História da Educação: Benedicta Stahl Sodré, Branca Alves de Lima e Iracema Furtado Soares de Meireles (Século XX). 2023. 391 f. Tese (Doutorado e m Educação)-Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás,

Goiânia, 2023.

DIAS, Ana Raquel Costa; PANIZZOLO, Claudia. História da Educação & Literatura: memórias sobre Dona Lonita em Diário de Bitita (1977). Educação & Linguagem, v.27, nº 01, 2024. Disponível em: https://revistas.metodista.br/index.php/educacaolinguagem/article/ view/1042/907. Acesso em: 23 fev. 2025. DOI: https://doi.org/10.15603/2176-1043/el.v27n1p245-271

DUQUE-ESTRADA, Elizabeth Muylaert. Devires Autobiográficos. A atualidade da escrita de si. Rio de Janeiro: NAU/Editora PUC-Rio, 2009.

GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças a Deus. Rio de Janeiro: Editora Record,1980.

LISPECTOR, Clarice. Água viva. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1973.

LISPECTOR, Clarice. A Hora da Estrela. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1973.

LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.

MACHADO, Ana Maria. Bento que bento é o frade. São Paulo: Salamandra, 1977.

MACHADO, Ana Maria. História meio ao contrário. São Paulo: Ática, 1978.

MACHADO, Ana Maria. O menino Pedro e seu boi voador. São Paulo: Ática, 1979.

MACHADO, Ana Maria. Raul da ferrugem azul. São Paulo: Salamandra, 1979.

MACHADO, Ana Maria. Bem do seu tamanho. São Paulo: Salamandra, 1980.

MACHADO, Ana Maria. Recado do nome. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

MARTINS, Georgina. Narradores da exclusão ou a infância pobre na literatura brasileira contemporânea. Est. Lit. Bras. Contemp. Brasília, nº 41, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/elbc/a/9s8nCQbyF6bnfFFWXZPTcXd/. Acesso em: 15 jan. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/S2316-40182013000100008

MONTERO, Rosa. Nós, mulheres: grandes vidas femininas. São Paulo: Todavia, 2020.

MORAES, Dislane Zervinatti. Fontes (auto)biográficas na pesquisa em educação: “Um relógio solar histórico-sociológico”. In: BARBOSA, Raquel Lazzari Leite; PINAZZA, Mônica Appezzato. Modos de narrar a vida: cinema, fotografia, literatura e educação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

OLIVEIRA, Alaíde Lisboa de. Se bem me lembro ... São Paulo: Mazza, 2002.

PERROT, Michelle. Os Excluídos da História: operários, mulheres e prisioneiros. São Paulo/Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.

RAGO, Margareth. A aventura de contar-se: feminismos, escrita de si e invenções da subjetividade. Campinas–SP: Editora da Unicamp, 2013. DOI: https://doi.org/10.7476/9788526814691

RAGO, Margareth. Autobiografia, gênero e escrita de si: nos bastidores da pesquisa. In: AVELAR, Alexandre de Sá; SCHMIDT, Benito Bisso. O que pode a biografia hoje? São Paulo: Letra e Voz, 2018.

ROCHA, Ruth. O reizinho mandão. São Paulo: Quinteto, 1978.

ROCHA, Ruth. O rei que não sabia de nada. Rio de Janeiro: Salamandra, 1980.

ROCHA, Ruth. O que os olhos não vêem. Rio de Janeiro: Salamandra, 1981.

ROCHA, Ruth. Sapo vira rei vira sapo ou a volta do reizinho mandão. Rio de Janeiro: Salamandra, 1983.

SOIHET, Rachel. História das Mulheres. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. (orgs.). Domínios da História. Ensaios de Teoria e Metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

SOUZA, Cynthia Pereira de; CATANI, Denice Barbara; SOUZA, Maria Cecília Cortez Christiano de; BUENO, Belmira Oliveira. Memória e autobiografia. Formação de mulheres e formação de professoras. Ver. Bras. Educ. [online]. 1996, nº 02, p. 61-76. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S1413-24781996000200006&script=sci_abstract. Acesso em: 13 fev. 2025.

WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. Tradução: Vera Ribeiro. São Paulo, 1928.

Publicado

2025-09-24

Cómo citar

Dias, A. R. C., & Silva, E. F. de O. (2025). Escritoras brasileiras de literatura infantil e juvenil: história e resistência em marcas autobiográficas (século XX). Raído, 19(47), 135–157. https://doi.org/10.30612/raido.v19i47.19823

Número

Sección

Literatura infantil e juvenil escrita por mulheres no contexto ibero-americano: gênero e cânone