Contribuições para a Sociolinguística do Kaxinawá, uma Língua Pluricêntrica
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v18i46.18039Palabras clave:
Línguas pluricêntricas;, Ortografia, Padronização Linguística, Huni Kuĩ (Kaxinawá)Resumen
O presente trabalho discute a adequação da noção de língua pluricêntrica (Muhr, 2016; Norrby, 2020; Rodrigues, 2022; Sánchez, 2022) para a língua Kaxinawá, observando que as fontes normatizadoras, nesse caso, diferem bastante do que é observado para línguas europeias. A discussão é desenvolvida a partir da consideração das propostas ortográficas presentes em textos de referência sobre a língua e, especialmente, considerando as propostas distintas no Brasil e no Peru. Busca-se, dessa forma, demonstrar que há, pelo menos, 2 fontes normatizadoras da língua Kaxinawá, uma vinculada ao trabalho missionário do Summer Institute of Linguistics (SIL) no Peru e outra vinculada à Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre). As diferenças entre as fontes normatizadoras são evidenciadas pela análise das propostas ortográficas, que apresentam divergências substanciais nos dois países. Apresenta-se ainda um breve comentário sobre o contexto atual da língua Kaxinawá e sobre os linguistas indígenas que agora cumprem papel relevante na padronização de suas línguas. A discussão toma como base a problemática proposta no I PLURI – Congresso Internacional de Línguas Pluricêntricas (2021) e toma a definição de “línguas pluricêntricas” apresentada no evento.
Descargas
Citas
BARROS, Maria Cândida Drumond Mendes. Educação bilingue, linguística e missionários. Em aberto, ano 14, n. 63 jul/set. Brasília, 1994. Pp. 18-37.
CABRAL, Ana Suelly; MONSERRAT, Ruth; MONTE, Nietta. Por uma educação indígena diferenciada. Brasília: CNRC/FNPM, 1987.
CAMARGO, Eliane. Phonologie, morphologie et syntaxe etude descriptive de la langue Caxinaua (Pano). Tese de doutorado, Université Paris-Sorbonne (Paris IV). 1991.
CAPISTRANO DE ABREU, João. Rã-txa hu-ni-ku-ĩ: grammatica, textos e vocabulário caxinauás. A lingua dos caxinauás do rio Ibuacú, affluente do Murú (Prefeitura de Tarauacá). Rio de Janeiro: Sociedade Capistrano de Abreu, 1914.
FRANCHETTO, Bruna; LEITE, Yonne. A concepção dos linguistas. In: Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 4, 2012. Pp. 15-30.
KAXINAWÁ, Joaquim Paulo de Lima. Confrontando registros e memórias sobre a língua e a cultura huni kuĩ: de Capistrano de Abreu aos dias atuais. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2011.
KAXINAWA, Joaquim Paulo de Lima. Hãtxa Kena Xarabu: Livro de palavras em Hãtxa Kuĩ. 1. ed. Rio Branco: NEPAN, 2020. v. 1.
Kensinger, Kenneth M. “Los Cashinahua”. In: Fernando Santos Granero (ed.) Guía Etnográfica de la Alta Amazonía. Vol. 3. Quito: Fac. Latinoamericana de Ciencias Sociales Sede Ecuador. 1998. 1-124. DOI: https://doi.org/10.4000/books.ifea.2807
LAGROU, Elsje Maria. Uma Etnografia da Cultura Kaxinawá: entre a Cobra e o Inca. Dissertação de Metrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 1991.
MATOS, Marcos de Almeida. A Comissão Pró-Índio do Acre e as Línguas Indígenas Acreanas. In: Revista Moara, n. 32. Belém. Jul/dez 2009. pp. 88-107.
MCCALLUM, Cecília. Language, Kinship and Politics in Amazonia. In: Man (N.S.), n. 25. 1990. Pp. 412-433. DOI: https://doi.org/10.2307/2803711
MINISTERIO DE EDUCACIÓN (PERU). Resolución Ministerial No 303 – 2015 – MINEDU. Anexo. Normas y Documentos Legales. Lima, 12 de junio de 2015. https://www.gob.pe/institucion/minedu/normas-legales/168711-303-2015-minedu (Acesso em 19 de maio de 2024).
MONTAG, Susan. Diccionario Cashinahua: Tomos I e II. Yarinacocha: Instituto Lingüístico de Verano, 1981.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.