Dramaturgia no espaço e espaço na dramaturgia: a arquitetura como enredo e personagem na obra cinematográfica “Meu tio”, de Jacques Tati
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v16i41.15931Palabras clave:
cenário, cinema, arquitetura, dramaturgiaResumen
Embora a dramaturgia utilize o diálogo como uma das principais formas de apresentar o drama e as relações pessoais resolvendo seus problemas e conflitos através da ação, os cenários não são somente palco e aporte físico para as ações, eles podem também ser a cena, o enredo, as personagens, antagonista e protagonista e muitas vezes até o próprio conflito. Na película “Meu Tio”, de Jacques Tati, ainda que haja texto dramatúrgico, falas, enredo, personagens e outros elementos convencionais da dramaturgia, pode-se dizer que as protagonistas são as duas residências contrapostas na obra. Pois, são nelas, por elas, e através delas que as questões abordadas se apresentam, se conflitam, e na medida do possível, se resolvem. Assim, este artigo apresenta como os espaços desse filme ditam não somente a forma dos personagens viverem, mas também a construção da narrativa do enredo, assumindo um papel crítico, moldando a própria ação numa crítica caricata aos dogmas do Movimento Moderno na Arquitetura e Urbanismo.
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FILMOGRAFIA DO CORPUS
MEU Tio. Direção: Jacques Tati. Produção: Jacques Tati. 116 min. França. 1958
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