Reflexões histórico-discursivas sobre o migrante num jornal de 1954
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v13i33.10091Keywords:
Estudos do Discurso. Mídia. MigraçãoAbstract
Este texto apresenta resultados de uma pesquisa que mapeou e analisou um periódico jornalístico brasileiro, da região sul de Mato Grosso do Sul. Para isso, elegeu-se como suporte o jornal O Progresso, digitalizado pelo Centro de Documentação Regional da Universidade Federal da Grande Dourados, limitando-se à década de 1950. Para a composição deste texto, selecionou-se um acontecimento histórico: a Colônia Agrícola Nacional de Dourados, por sua importância no que diz respeito às políticas de colonização de Getúlio Vargas. Pela reportagem, buscou-se compreender como o jornal constrói discursivamente o "migrante" que, na época, se deslocava de outras partes do Brasil e do mundo para fixar-se nessa região. Para dar conta da materialidade discursiva, este artigo mobilizou fundamentos teóricos e metodológicos dos Estudos do Discurso, principalmente aqueles centrados no construto teórico de Michel Foucault, concluindo que a matéria analisada apresenta traços linguístico-discursivos e histórico-sociais que, ainda hoje, ecoam quando se fala do sujeito "migrante".
Downloads
References
AMOSSY, Ruth (Org.). Imagens de si no discurso: a construção do ethos. São Paulo: Editora Contexto, 2008.
CARLI, Maria A.F. Dourados e a democratização da terra: Povoamento e colonização da Colônia Agrícola Municipal de Dourados (1946-1956). Dourados: UFGD, 2008. IBGE. Resistência & integração: 100 anos de imigração japonesa no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. (Centro de Documentação e Disseminação de Informações.)
ERNANDES, Mercolis Alexandre. A construção da identidade douradense: 1920 a 1990. Dourados: UFGD, 2009.
FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, H; RABINOW, P. Michel Foucault, uma trajetória filosófica – para além do estruturalismo e da hermenêutica. Tradução Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Tradução Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo, Loyola, 1996.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000a.
FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: Curso no Collège de France (1975-1976). Tradução Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000b.
FOUCAULT, Michel. Os anormais: Curso no Collège de France (1974 – 1975). Tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
FOUCAULT, Michel. Segurança, território, população: curso dado no Collège de France (1977-1978). Tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FROMM, Erich. Ter ou Ser?. Tradução Nathanael C. Caixeiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1987.
GÓIS, Marcos L.S. Discursos contemporâneos: migrantes haitianos no jornal O Globo. IN: GUERRA, Vânia M. L.; NASCIMENTO, Celina A. G. S.; SOUZA, Claudete C.. (Org.). Sociedades contemporâneas: diversidade e transdisciplinaridade. 1ed.Campinas - SP: Pontes, 2016. p. 241-270.
INAGAKI, Edna M. Migração japonesa para o Brasil: os japoneses em Dourados (séculos XIX e XX). Dourados, MS: Ed. UEMS, 2008. 97p.
JARDIM, Denise. Imigrantes ou Refugiados?: tecnologias de controle e as fronteiras. Jundiaí, SP: Paco, 2017.
MEDEIROS, Pedro Paulo. A colônia agrícola nacional de Dourados através de valioso relatório. O Progresso. Dourados, MS, p. 1 e 4, 25 jul. 1954a.
MEDEIROS, Pedro Paulo. A colônia agrícola nacional de Dourados através de valioso relatório (continuação 2). O Progresso. Dourados, MS, p. 2, 1 ago. 1954b.
MEDEIROS, Pedro Paulo. A colônia agrícola nacional de Dourados através de valioso relatório (continuação 3). O Progresso. Dourados, MS, p. 2, 8 ago. 1954c.
NAGLIS, Suzana G. B. “Marquei aquele lugar com o suor do meu rosto”: os colonos da Colônia Agrícola Nacional de Dourados – CAND (1943 - 1960). Dourados-MS: UFGD, 2014.
OLIVEIRA, Benícia Couto de. A política de colonização do Estado Novo em Mato Grosso (1937-1945). 1999. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, p. 128.
PORTOCARRERO, Vera. As ciências da vida: de Canguilhem a Foucault. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009.
RIBEIRO JR, João. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 2001. (Coleção primeiros passos; 72).
RODRIGUES, Adriano Duarte. Delimitação, natureza e funções do discurso midiático. In: MOUILLAUD, Maurice; PORTO, Sérgio Dayrell (org.). O Jornal: da forma ao sentido. 2. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002.
STAVENHAGEN, Rodolfo. Sete teses equivocadas sobre América Latina. Sociedade e Cultura, v. 17, n. 1, enero-junio, 2014, pp. 159-169. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=70340850015. Acesso em: 05 jan. 2018.
VEYNE, Paul. Foucault revoluciona a história. In. ______. Como se escreve a história e Foucault revoluciona a história. Tradução Alda Baltar e Maria Auxiliadora Kneipp. Revisão técnica Gerusa Jenner Rosas. 4. ed. Brasília, DF: Editora da UnB, 1998.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.