A poética da terra: a agência político-ontológica da literatura indígena frente ao colonialoceno

Authors

  • Ana Carolina Cernicchiaro UNISUL

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v18i45.18780

Keywords:

Black-Brazilian Literature; Law No. 10,639/2003; Resolution CNE/CP No. 001/2004; Common National Curriculum Base; Teaching Plans and Syllabus., Native Literature; Aesthetics and politics; Racism and anthropocentrism; Colonialocene., Native Literature, Aesthetics and politics, Racism and anthropocentrism, Colonialocene

Abstract

Native Literature destabilizes the homogeneous concept of Brazilian Literature by inserting performances that call into question the primacy of writing over orality, autonomy over non-specificity and signature over collectivity. But also questioning what we call national culture and Brazilian people as a unitary and exclusive identity. After all, who are the Brazilians qualified to sign and to establish vernacular literature? Who are the Brazilians capable of telling the country’s history? More than that, such literature denounces the relationship between racism and anthropocentrism, genocide and ecocide that structures our society and persists in the present. With it poetics of the earth, it teaches us an ontology in which nature is not reduced to mere extractive resources and the land is not property. By that, it expands our conceptions of person and nature and teaches us other ways of being in the world.

Downloads

Download data is not yet available.

References

BANIWA, D. “O ser humano como veneno do mundo”. Entrevista por Julie Dorrico e Ricardo Machado. Revista do Instituto Humanitas Unisinos. Edição 527. Disponível em: https://www.ihuonline.unisinos.br/artigo/7397-o-ser-humano-como-veneno-do-mundo. 27 de agosto de 2018.

BÜRGER, P. Teoria da vanguarda. Trad. José Pedro Antunes. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

CERNICCHIARO, A C. A agência político-ontológica da arte indígena contemporânea. História: Questões & Debates, [S.l.], v. 71, n. 1, p. 192-225, abr. 2023. ISSN 2447-8261. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/historia/article/view/88152>. Acesso em: 02 jun. 2024.

CHAKRABARTY, D. O clima da história: quatro teses. Trad. Idelber Avelar et. al. Sopro, Florianópolis, n. 91, p. 4-22, 2013.

CORNEJO-POLAR, A. Escribir en el aire - ensayo sobre la heterogeneidad sociocultural en las literaturas andinas. Lima-Berkeley: Latinoamericana Editores, 2003

CRUTZEN, P. J.; Stoermer, E. F. The Anthropocene. IGBP Newsletter, 41, 2000.

CUSICANQUI, S. R. Ch'ixinakax utxiwa: uma reflexão sobre práticas e discursos descolonizadores. Trad. Ana Luiza Braga e Lior Zisman Zalis. São Paulo: N-1 Edições, 2021.

DANOWSKI, D.; VIVEIROS DE CASTRO, E. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie e Instituto Socioambiental, 2014.

DIDI-HUBERMAN, G. Diante da imagem. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 2013.

DORRICO, T. Tempo de retomada. Cotia: Urutau, 2023

DUSSEL, E. Europa, Modernidad y Eurocentrismo. In: LANDER, E. La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales: Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: Clacso, 2000. p. 41-54.

ESBELL, J. Tembetá. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2018.

FERDINAND, M. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. Trad. Letícia Mei. São Paulo: Ubu Editora, 2022

GELL, A. Arte e agencia – uma teoria antropológica. Trad. Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Ubu Editora, 2018.

______. “A rede de Vogel: armadilhas como obras de arte e obras de arte como armadilhas”. Trad. Marcia Martins Campos e Laura Bedran. In: Arte e Ensaios. n. 8, p. 174-191, 2001.

GROSFOGUEL, R. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Revista Sociedade e Estado. Volume 31 Número 1 Janeiro/Abril 2016

HARAWAY, D.; ISHIKAWA, N.; GILBERT, S. F.; OLWIG, K.; TSING, A. L.; BUBANDT, N. Anthropologists Are Talking – About the Anthropocene, Ethnos, 81:3, 2016.

KOPENAWA, D.; ALBERT, B. A queda do céu. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

______. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

LAGROU, E. Arte indígena no Brasil: agência, alteridade e relação. Belo Horizonte: C/Arte, 2009

LATOUR, B. Diante de Gaia: Oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. Trad. Maryalua Meyer. Rio de Janeiro: Ubu Editora, 2020

LÉVI-STRAUSS, C. O pensamento selvagem. Trad. Tânia Pellegrini. Campinas: Papirus, 1989.

______. Tristes trópicos. Trad. Wilson Martins. São Paulo: Editora Anhembi, 1957.

LEWIS, S. L.; MASLIN, M. A. Defining the Anthropocene. Nature, 519, 2015.

LIBRANDI-ROCHA, M. A Carta Guarani Kaiowá e o direito a uma literatura com terra e das gentes. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (44), 165–191, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2316-4018448

MBEMBE, A. Necropolítica. Trad. Renata Santini. São Paulo: n-1 edições, 2018.

MIGNOLO, W. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Trad. Marco Oliveira. Revista Brasileira De Ciências Sociais. Vol. 32 N° 94. junho/2017

MOORE, J. W. Antropoceno ou capitaloceno? Natureza, história e a crise do capitalismo. Tradução Antônio Xerxenesky, Fernando Silva e Silva. São Paulo: Elefante, 2022.

______. The Capitalocene, Part I: on the nature and origins of our ecological crisis, The Journal of Peasant Studies, 44:3, 594-630, 2017.

NATALI, M. A literatura em questão: sobre a responsabilidade da instituição literária. Campinas: Editora da Unicamp, 2020

NEVES, E. G. Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na Amazônia central. São Paulo: Ubu Editora, 2022.

OVIEDO, A. “Demarcação de Terras Indígenas é decisiva para conter o desmatamento e regular o clima”. Comissão Pastoral da Terra, 6 de fevereiro de 2018. Disponível em: https://www.cptnacional.org.br/publicacoes/noticias/articulacao-cpt-s-da-amazonia/4226-demarcacao-de-terras-indigenas-e-decisiva-para-conter-o-desmatamento-e-regular-o-clima

POPYGUA, T. S. V. T. Yvyrupa/A terra uma só. São Paulo: Hedra,

RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Trad. Mônica Costa Netto. São Paulo: Ed. 34, 2009.

SÁ, L. Literaturas da Floresta: textos amazônicos e cultura latino-americana. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2012.

SEEGER, A. Por que cantam os Kisêdjê - uma antropologia musical de um povo amazônico. Guilherme Werlang. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

VILAÇA, A. “O que significa tornar-se outro? Xamanismo e contato interétnico na Amazônia”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 15, n. 4, pp. 56-72. 2000.

VIVEIROS DE CASTRO, E. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

_______. “Antropologia renovada”. In: Revista Cult. nº 153. Ano 13. Dezembro 2010.

_______. Os involuntários da pátria. São Paulo: n-1edições, 2016.

WASSU, E. L. Yby kûatiara: um livro de terra. Cotia: Urutau, 2023.

WERA, K. Tembetá. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2017.

Published

2024-08-30

How to Cite

Cernicchiaro, A. C. (2024). A poética da terra: a agência político-ontológica da literatura indígena frente ao colonialoceno. Raído, 18(45), 51–73. https://doi.org/10.30612/raido.v18i45.18780

Issue

Section

Revisitando a “Carta Guarani Kaiowá”: repercussões, retomadas.