A poética da terra: a agência político-ontológica da literatura indígena frente ao colonialoceno
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v18i45.18780Keywords:
Black-Brazilian Literature; Law No. 10,639/2003; Resolution CNE/CP No. 001/2004; Common National Curriculum Base; Teaching Plans and Syllabus., Native Literature; Aesthetics and politics; Racism and anthropocentrism; Colonialocene., Native Literature, Aesthetics and politics, Racism and anthropocentrism, ColonialoceneAbstract
Native Literature destabilizes the homogeneous concept of Brazilian Literature by inserting performances that call into question the primacy of writing over orality, autonomy over non-specificity and signature over collectivity. But also questioning what we call national culture and Brazilian people as a unitary and exclusive identity. After all, who are the Brazilians qualified to sign and to establish vernacular literature? Who are the Brazilians capable of telling the country’s history? More than that, such literature denounces the relationship between racism and anthropocentrism, genocide and ecocide that structures our society and persists in the present. With it poetics of the earth, it teaches us an ontology in which nature is not reduced to mere extractive resources and the land is not property. By that, it expands our conceptions of person and nature and teaches us other ways of being in the world.
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