Bumba meu boi do Maranhão e o discurso religisoso: o boi não é só festa, meu povo.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v15i37.14664

Palavras-chave:

Bumba meu boi, Discurso Religioso, Formação Discursiva, Memória

Resumo

Este estudo analisa a história do Bumba-boi, produção cultural que narra a relação entre três etnias: a do índio, a do negro e a do branco, que compõem a miscigenação dos sujeitos maranhenses. Esse entrelace marca uma narrativa de trabalho, exploração e violência através da conversão e do sufocamento das culturas consideradas menores, como a do negro e a do índio. Narrativa de tensão, materializada na representação do auto; é pelo imbricamento material, na produção audiovisual e linguística, que nos ocuparemos nesta pesquisa. Tendo o discurso religioso como foco, nosso objetivo é responder às perguntas discursivas: como se materializa o discurso religioso na produção do Bumba meu boi do Maranhão no sotaque de matraca? Que efeitos de sentido são produzidos a partir da relação Bumba meu boi/discurso religioso nas toadas do Bumba-boi que compõem o corpus da pesquisa? A análise apoiou-se em: Pêcheux (1999; 2014). Orlandi (1987; 2015), Indursky (2011) etc.. A pesquisa mostrou que efeitos de sentido do corpus não se esgotam e que, mesmo com o funcionamento do discurso lúdico da festa do Bumba meu boi, permanece o discurso religioso, responsável pela retomada de alguns discursos dos tempos coloniais e da Idade Média.

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Biografia do Autor

Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho, Universidade Federal do Maranhão - UFMA

Bolsista FAPEMA, Doutor em Letras pelo PPGL Unioeste, Mestre em Educação pelo PPGE UCB, Professor do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos - UFMA Campus São Bernardo.

Leila Silvana Pontes, Instituto Federal do Paraná - IFPR Campus Umuarama

Doutoranda em Letras na Unioeste, Mestre em Letras pela UEM, Professora do IFPR Campus Umuarama.

Referências

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Publicado

28.07.2021

Como Citar

Silva Filho, M. N. dos R., & Pontes, L. S. (2021). Bumba meu boi do Maranhão e o discurso religisoso: o boi não é só festa, meu povo. Raído, 15(37), 82–93. https://doi.org/10.30612/raido.v15i37.14664

Edição

Seção

Relações étnico-raciais, branquitude e os efeitos de sentido