Translinguagem e pandemia: discutindo processos de construção de sentido
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v15i37.13962Palavras-chave:
Covid-19, Translinguagem, Construção de sentidos.Resumo
Neste artigo, exploramos modos nos quais a linguagem aparece na crise sanitária mundial do corona vírus, a partir de excertos extraídos da rede. Em meio à aflição e desespero frente à inesperada e letal situação da covid-19, analisamos práticas linguísticas que visam ao acesso à informação sobre saúde pública em relação à pandemia. Com base em teorizações sobre translinguagem, mobilidade e desterritorialização/reterritorialização, consideramos as recombinações e usos linguísticos que surgiram em meio ao caos e que exibem, assim, uma natureza marcadamente heteroglóssica. Nesse contexto, propomos uma reflexão acerca de como o multilinguismo e a diversidade aparecem no processo de produção de sentidos no momento de crise atual, priorizando a relação entre a linguagem e a saúde. Procuramos contribuir para os estudos da linguagem, refletindo sobre o movimento e fluxo de informações na situação emergencial global, em que fronteiras linguísticas, discursivas, culturais e políticas vão sendo ora impostas, ora derrubadas.Downloads
Referências
AUBERT, E. H. Quem testa positivo foi contaminado por estrangeirismo. Jornal da USP, São Paulo, 9 mai. 2020. Disponível em:
<https://jornal.usp.br/artigos/quem-testa-positivo-foi-contaminado-por-estrangeirismo> Acesso em: 10/05/2020
BAGNO, M. “Ela testou positivo”: Que sintaxe é essa? Parábola, São Paulo, 30 mar. 2020.. Disponível em <https://www.parabolablog.com.br/index.php/blogs/ela-testou-positivo-que-sintaxe-e-essa> Acesso em: 01 mar. 2020.
BAKHTIN. M. Teoria do Romance I: A estilística. Tradução, prefácio, noas e glossário de Paulo Bezerra. Organização da versão russa de Serguei Botcharov e Vadim Kójinov. São Paulo: Editora 34, 2015.
BAUMAN, Z. Comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
BEZERRA, P. Prefácio. In: BAKHTIN. M. Teoria do Romance I: A estilística. Tradução, prefácio, noas e glossário de Paulo Bezerra. Organização da versão russa de Serguei Botcharov e Vadim Kójinov. São Paulo: Editora 34, 2015. p. 7-14.
BUTLER, J. Judith Butler: “De quem são as vidas consideradas choráveis em nosso mundo público?”. El País, Brasil, 10 jul. 2020. Disponível em <https://brasil.elpais.com/babelia/2020quem-sao-as-vidas-consideradas-choraveis-em-nossojul.2020..autonomia.S%E3oPaulo: PazeTerra >. Acesso em: 29 ago. 2020.
CANAGARAJAH S. Translingual practices and neoliberal policies. Springer briefs in Linguistics, 2017. Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-319-41243-6_1
DUMINSKY, S; SMITH, K.; GAVIN, M. Language differences spark fear amid the coronavirus pandemic, The Conversation, Estados Unidos, 25 mai 2020. Disponível em: <https://theconversation.com/language-differences-spark-fear-amid-the-coronavirus-pandemic-137218>. Acesso em 25 mai. 2020.
GARCÍA, O. Bilingual Education in the 21st Century: A Global perspective. Malden, MA: Wiley/Blackwell, 2009.
GARCÍA O.; WEI L. Language, Bilingualism and Education. Palgrave Pivot, London, 2014. https://doi.org/10.1057/9781137385765_4
GERALDO, N. Funk do coronavirus: conscientiza favela e já tem até passinho. Universa Uol, São Paulo, 19 mar. 2020. Disponível em <https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/03/19/funk-do-coronavirus-conscientiza-favela-e-ja-tem-ate-passinho-aprenda.htm>. Acesso em: 20 mar. 2020
HELLER, M. Linguistic minorities and modernity: a sociolinguistic ethnography. London: Longman, 2006.
HELLER, M.; McELHINNY, B. Language, capitalism, colonialism: toward a critical history. Toronto: University of Toronto Press, 2017.
JAFFE, A. 2009. Indeterminacy and regularization: A process-based approach to the study of sociolinguistic variation and language ideologies. Sociolinguistic Studies, v.3, n.2, p.229- 251
JAFFE, A. Indexicality, stance and fields in sociolinguistics. In: N. Coupland (Ed.). Sociolinguistics Theoretical Debates. Cambridge: Cambridge University Press, 2016. p. 86-112.
LAMONICA, M. Language differences spark fear amid the coronavirus pandemic. The Conversation, Estados Unidos, 25 mai 2020. Disponível em: <https://theconversation.com/language-differences-spark-fear-amid-the-coronavirus-pandemic-137218> Acesso em 20 mai. 2020.
LI JIA, Coronavirus meets linguistic diversity. Language on the move. China, 4 mar. 2020. Disponível em:<https://www.languageonthemove.com/coronavirus-meets-linguistic-diversity> Acesso em: 16 mar. 2020.
LI WEI; HUA, Z. Translanguaging identities: Creating transnational space through flexible multilingual practices amongst Chinese university students in the UK. Applied Linguistics 34/5, p. 516–535, 2013. Disponível em : <https://www.researchgate.net/publication/260095064_Translanguaging_identities_Creating_transnational_space_through_flexible_multilingual_practices_amongst_Chinese_university_students_in_the_UK>. Acesso em 22 jul. 2020.
LUCENA, M. I. P. A translinguagem pode contribuir para a educação de línguas e para os estudos do campo aplicado? In: Garcia, O.; Maciel, R. Translanguaging: uma perspectiva transnacional (no prelo).
MOITA LOPES, L. P. Inglês e globalização em uma epistemologia de fronteira: ideologia linguística para tempos híbridos. DELTA: Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, 24(2), 309-340, 2008. https://doi.org/10.1590/S0102-44502008000200006.
MOITA LOPES, L. P. Os novos letramentos digitais como lugares de construção de ativismo político sobre sexualidade e gênero. Trabalhos em Linguística Aplicada, 49 (2), 393-417, 2010. https://doi.org/10.1590/S0103-18132010000200006
PENNYCOOK, A. Language as a local practice, London: Routledge, 2010.
PENNYCOOK, A. Principled polycentrism and resourceful speakers. The Journal of Asia TEFL, vol. 11, no. 4, pp. 1-19, 2014.
RODRIGUES. C. Coletivos do rio criam página para orientar moradores de favelas sobre coronavírus, Época. Rio de Janeiro, 24 mar. 2020. Disponível em <https://epoca.globo.com/sociedade/coletivos-do-rio-criam-pagina-para-orientar-moradores-de-favelas-sobre-coronavirus-24323294>. Acesso em: 03 jun. 2020.
SIGNORINI, I.A questão da língua legítima na sociedade democrática: um desafio para a Linguística Aplicada contemporânea. In: Luiz Paulo da Moita Lopes. (Org.). Por uma Lingüística Aplicada INdisciplinar. 1ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2006, p. 169-190.
SIGNORINI, I. Construindo com a escrita “outras cenas de fala”. In: SIGNORINI, I. (ORG.) Investigando a relação oral / escrito e as teorias do letramento. Campinas: Mercado de Letras, 2001/2012. p. 97-134.
SILVA, J. C. Na ausência do Estado, ativistas informam a periferia sobre o coronavirus. Apublica.org. 1 abr. 2020.Disponível em: <https://apublica.org/2020/04/na-ausencia-do-estado-ativistas-informam-a-periferia-sobre-o-coronavirus>. Acesso em 20 mai. 2020.
SQUARISI, D. Testou positivo? Testou negativo? Nãoooooooooo. Correio Braziliense. Brasilia, 14 mar. 2020. Disponível em < https://blogs.correiobraziliense.com.br/dad/testou-positivo-testou-negativo-naoooooooooo/>. Acesso em: 07 mai. 2020.
SOUZA, A. L. S. Letramentos de reexistência - Poesia, grafite, música, dança: Hip Hop. São Paulo: Parábola, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.