Resistências urbanas e novas ruralidades
DOI:
https://doi.org/10.30612/riet.v3i1.15414Palavras-chave:
Resistências urbanas, Ruralidades, Direito à cidadeResumo
Neste artigo apresentamos e desenvolvemos uma possibilidade de compreensão de fenômenos recentes, que temos percebido nas ações políticas de resistência urbana. Estes fenômenos expressam-se como uma metamorfose da própria luta social de resistência, que se transforma nas sociedades contemporâneas pelos formatos utilizados, mas não apenas. Modificam-se, também, os conteúdos, os objetivos e os motivos da resistência num mundo em que se vive cada vez mais concentrado em espaços urbanos, as cidades, aos quais pretende-se dar sentidos. Sobre a cidade forma-se um direito coletivo, conforme proposto por Lefebvre (2011) e por Harvey (2014). Este direito constrói-se das expectativas de uso da cidade e, nas últimas décadas, vem se transformando num direito à vida urbanizada – dado o reconhecimento de que urbano e rural se descolam dos territórios tradicionais e se transformam em espaços de relação, criação, convívio, identidade. Nesse sentido, trazemos aqui exemplos a partir do que prospectamos das ruas e dos territórios virtuais da internet para conhecermos os sujeitos que resistem e as causas de suas resistências ao sistema-mundo hegemônico. Pretendemos, assim, compreender as ações políticas de resistência que recolocam na vida urbanizada contemporânea elementos do chamado mundo rural, construindo novas ruralidades – novas significações, novos vínculos e relações com o meio ambiente, com a natureza, com a humanidade e com a comunidade. Percebemos nestas novas ruralidades uma atuação contra hegemônica que ultrapassa os paradigmas hegemônicos que classificam os sujeitos sociais a partir do status advindo do trabalho, das categorias de gênero ou das identidades étnicas.
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