Extrativismo, territórios comunitários e violência em áreas de mineração em Moatize, Tete-Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.30612/riet.v1i1.12820Palabras clave:
Mineração. Vale Moçambique. Moatize.Resumen
O texto procura analisar a expansão da mineração na vila de Moatize, em Tete. Constata-se, porém, que o processo de expansão da mineração na vila de Moatize se dá a partir de um movimento desigual e contraditório, na medida em que a territorialização da Vale, simbolizou apenas a expansão e reprodução das relações capitalistas de produção à escala global. Tal processo está a dar-se de forma rápida, violenta e turbulenta, de tal maneira que os sujeitos diretamente implicados, não têm tido condições necessárias para preverem o seu futuro por conta das incertezas geradas pela mineração. Em consequência disto, ocorreu uma territorialização precária dos sujeitos, sobretudo, quando foram reassentados em Cateme. O cercamento das populações que vivem nas proximidades da concessão da Vale, a violência, a banalização da condição humana, a degradação ambiental e a emergêcia de doenças respiratórias, no caso de Tuberculose decorrente da poluição do ar, estão entre alguns impactos negativos da expansão da mineração na vila de Moatize.
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