Cultura indígena Jenipapo-Kanindé: o caso da mandioca

Authors

DOI:

https://doi.org/10.30612/riet.v3i1.15403

Keywords:

Mandioca, Etnoturismo, Jenipapo-Kanindé

Abstract

A etnia Jenipapo-Kanindé, que é descendente dos indígenas Payaku, possuem cerca de 328 habitantes e residem na Terra Indígena Lagoa da Encantada, localizada no território do município de Aquiraz, Ceará, Brasil. Perderam seu idioma materno e falam a língua portuguesa, com ­fortes influências dos dialetos de outras tribos do Nordeste. Quebrando o ciclo de sociedade patriarcal, a primeira mulher foi eleita por meio de votação popular de seu povo e se tornou a primeira cacique do Brasil. Abundante em terras indígenas, a mandioca possui grande rusticidade e imensa capacidade de adaptação a condições desfavoráveis de solo e clima. O tubérculo, pode ser chamado de macaxeira ou aipim, dependendo da região de consumo e representa uma das culturas mais importantes para alimentação dos índios sul-americanos. Temos como objetivo apresentar a história da cultura Jenipapo-Kanindé bem como o cultivo da mandioca, o modo de consumo e a obtenção de renda por meio da comercialização de itens produzidos pela etnia. Utilizamos como base metodológica a descrição densa de Geertz para desenvolver uma revisão narrativa de literatura de natureza qualitativa. Portanto, partimos da hipótese que a mandioca, além de fornecer recursos nutritivos de base energética para a comunidade, também continua sendo o maior gerador de obtenção de recursos por parte desta, assim como acontece na maioria das comunidades indígenas do Nordeste do Brasil.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Wellington Ferreira de Freitas Filho, Universidad de Salamanca

Wellington Ferreira de Freitas Filho
Mestrado em Antropologia de Ibero-América, Universidade de Salamanca (USAL)
Salamanca, Castela e Leão, Espanha
E-mail: wferreira86@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0889-2256

Josemar Adelino de Farias Júnior , Universidade de Salamanca

Doutorando em Ciências Sociais da Universidade de Salamanca(USAL)
Salamanca, Castela e Leão, Espanha
E-mail: juniorbrazuca_pt30@hotmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1552-9519

María Esther Martinez Quinteiro, Universidade de Salamanca

Professora da Universidade de Salamanca (USAL)
Salamanca, Castela e Leão, Espanha
E-mail: est@usal.es
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-4591-1804

References

Associação para Desenvolvimento Local Co-produzido (ADELCO). (2017). Trilando os caminhos do projeto matas da encantada Jenipapo-Kanindé. R2D Soluções Criativas. [Online]. Recuperado de http://adelco.org.br/wp-content/uploads/2017/11/LivroArtigosdaMata−ilovepdf−compressed.pdf.

BRASIL. (2011). Diário Oficial da União. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 76 – 77. [Online]. Recuperado de http://adelco.org.br/wp-content/uploads/2018/05/Portaria-Declaratoria-Jenipapo-Kaninde.

BRASIL. (1973). Lei nº 6.001, De 19 de dezembro de 1973: estatuto do índio. [Online]. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6001.htm.

Bezerra, R. G. (1999). O despertar de uma etnia: o jogo do reconhecimento da identidade indígena Jenipapo-Kanindé. Fortaleza: UFCE.

Barroso, O. (2004). Povo Jenipapo-Kanindé. [Online]. Recuperado de http://www.digitalmundomiraira.com.br/Patrimonio/CulturaPovosIndigenas/ComunidadesIndigenas/Povo%20Jenipapo-Kanind%C3%A9/Povo%20Jenipapo.pdf.

Brasil Escola. (2015). A Lenda da Mandioca. [Online]. Recuperado de https://escolaeducacao.com.br/lenda-da-mandioca/.

Crivellaro. D. (2018). Arqueologia dos alimentos reconta a nossa história. [Online]. Recuperado de http://plantproject.com.br/novo/2018/01/reportagem-historia-arqueologia-na-lavoura/.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). (2020). Taxonomia da Mandioca. [Online]. Disponível em https://www.embrapa.br/mandioca-e-fruticultura/cultivos/mandioca.

EMBRAPA. (2003). Cultivo da Mandioca para a Região dos Tabuleiros Costeiros. [Online]. Recuperado de https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioca/mandioca_tabcosteiros/colheita.htm.

EMBRAPA. (2018). Congresso de Mandioca 2018. [Online]. Recuperado de https://www.embrapa.br/congresso-de-mandioca-2018.

EMBRAPA. (2014). Indígenas do Juruá aprendem Boas Práticas de Fabricação de Farinha. [Online]. Recuperado de https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2078607/indigenas-do-jurua-aprendem-boas-praticas-de-fabricacao-de-farinha?fbclid=IwAR2Ug2S82rObwvsXHkfG-BN_iuJe8OnVSeEUH2bOYzFvu4IkAnZ6HRJmsUM.

Fundação Nacional do Índio (FUNAI). (2020). Quem São. [Online]. Recuperado de http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao?limitstart=0#.

Feniman, C. M. (2004). Caracterização de raízes de mandioca (Manihot esculenta Crantz) do cultivar IAC 576-70 quanto à cocção, composição química e propriedades do amido em duas épocas de colheita (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo).

FAO. (2006). Starch market adds value to cassava. [Online]. Recuperado de http:// www.fao.org/ag/magazine/0610sp1.htm.

Grecov, F. (2020) Wikinativa/Jenipapos-canindés. [Online]. Recuperado de https://pt.wikiversity.org/wiki/Wikinativa/Jenipapos-caninde.

Geertz, C. (2008). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC.

Giacomo, M. T. C., & Budweg, H. (1977). Lendas Brasileiras (2nd ed.). São Paulo: Melhoramentos.

Instituto Socioambiental. (2018). Povos Indígenas no Brasil (Jenipapo-Kanindé). [Online]. Recuperado de https://pib.socioambiental.org/pt/PovoJenipapoKaninde.

Jornal Diário do Litoral. (2018). Arqueologia e gastronomia: parceria descobre na Rondônia o elo perdido. [Online]. Recuperado de https://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/arqueologia-e-gastronomia-parceria-descobre-na-rondonia-o-elo-perdido/112392/.

Jornal El Pais. (2015). Mandioca: um cultivo milenar reinventado pelos índios terenas. [Online]. Recuperado de https://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/08/politica/1439065484_035712.html.

Jornal Tribuna do Norte. (2016). Origem da Tapioca, comida de índio que virou iguaria fitness. [Online]. Recuperado de http://tribunadonorte.com.br/noticia/origem-da-tapioca-comida-de-a-ndio-que-virou-iguaria-fitness/338039.

Nascimento, R. G. D. (2006). Educação escolar dos índios: consensos e dissensos no projeto de formação docente Tapeba, Pitaguary e Jenipapo-Kanindé (Master's thesis, Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

Otsubo, A. A., & Lorenzi, J. O. (2004). Cultivo da mandioca na região Centro-Sul do Brasil. Embrapa Agropecuária Oeste-Sistema de Produção (INFOTECA-E).

SEBRAE. (2012). Mandioca (Farinha e Fécula) - Série Estudos Mercadológicos. [Online]. Recuperado de https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RN/Anexos/Mandioca-(farinha-e-fecula).pdf.

Soentgen, J., & Hilbert, K. (2016). A química dos povos indígenas da América do Sul. Química Nova, 39(9), 1141-1150.

Santos, W. (2015). Tapioca Patrimônio Imaterial e Cultural. [Online]. Recuperado de https://wss0271.wordpress.com/2015/04/13/tapioca-patrimonio-imaterial-e-cultural/.

Terra Indígenas do Brasil. (2020). [Online]. Disponível em https://terrasindigenas.org.br/pt-br/terras-indigenas/4066demografia.

Valério, D. M. (2016). A intraculturalidade nas comunidades indígenas da região metropolitana de Fortaleza-ce, Brasil: caminho para o desenvolvimento e sobreculturalidade. (Vol. 396). Ediciones Universidad de Salamanca.

Watling, J., Shock, M. P., Mongeló, G. Z., Almeida, F. O., Kater, T., De Oliveira, P. E., & Neves, E. G. (2018). Direct archaeological evidence for Southwestern Amazonia as an early plant domestication and food production center. PLoS One, 13(7).

Zago, B. W., Hoogerheide, E. S. S., da Silva, B. R., & Barelli, M. A. A. (2016). Avaliação de acessos de mandioca quanto ao teor de ácido cianídrico em raízes frescas. Anais do Congresso Brasileiro se Recursos Genéticos, 4., 2016, Curitiba, PR.

Published

2023-12-28

How to Cite

Freitas Filho, W. F. de, Farias Júnior , J. A. de, & Quinteiro, M. E. M. (2023). Cultura indígena Jenipapo-Kanindé: o caso da mandioca. Revista Interdisciplinar Em Educação E Territorialidade – RIET, 3(1), 193–211. https://doi.org/10.30612/riet.v3i1.15403

Issue

Section

DOSSIÊ - RURALIDADES CONTEMPORÂNEAS: TRABALHO, RELAÇÕES DE GÊNERO E ÉTNICO-RACIAIS