Territorialização das fecularias no Mato Grosso do Sul

Autores

  • Ucleber Gomes Costa Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

DOI:

https://doi.org/10.30612/realizacao.v1i1.2064

Palavras-chave:

Fecularias, Relações de produção, Relações de trabalho

Resumo

O presente trabalho analisa as características do espaço geográfico produzido pela e para atividade produtiva da mandioca – composta pelo cultivo, industrialização e comercialização da mesma – na porção Sudeste e extremo-Sul do Estado de Mato Grosso do Sul. Sobre o cultivo, procurou-se compreender as relações de trabalho estabelecidas entre agricultores, arrancadores e contratantes. A industrialização delimita o funcionamento das fecularias localizadas nos Municípios de Ivinhema, Naviraí, Deodápolis, Glória de Dourados, Novo Horizonte do Sul, Mundo Novo, Sete Quedas, Itaquiraí, Tacuru, Coronel Sapucaia, Cassilândia e Anaurilândia. Realizamos o levantamento de dados de campo para nos aproximarmos do objeto de pesquisa e conseguirmos delimitar nosso objeto de investigação. Aplicamos questionários em seis fecularias, trinta agricultores, entrevistamos um técnico do Agraer, um funcionário do Banco do Brasil, dez trabalhadores que atuam no arranque da mandioca e um organizador de turma. Analisamos o trabalho na fábrica, onde estivemos numa condição de observador participante, visto que as situações estavam depositadas em nossa memória. A concentração das fecularias no Sudeste e extremo-Sul do Mato Grosso do Sul deve-se muito à expressão da centralização administrativa do empresariado paranaense, paulista e catarinense em seus respectivos Estados. A reprodução do capital feculeiro é potencializada a partir de suas estratégias espaciais montadas com suas interações complexificadas pela diversificação das unidades fabris espalhadas em território sul-mato-grossense, e no espaço da fronteira com o Paraguai, e de seus produtos. As relações de trabalho dentro da fábrica têm sofrido alterações e mudado a cultura profissional do operariado sul-mato-grossense. Os agricultores, predominantemente, se caracterizam pela posse ou arrendamento de áreas de até 100 hectares, possuindo pouco aparato técnico para o cultivo e recorrendo ao aluguel de máquinas. As relações de subordinação do trabalho do agricultor familiar pelas fecularias ocorrem de duas formas: pela monopolização do capital no território, quando as empresas compram matéria-prima do agricultor; e pela territorialização do capital, quando as indústrias arrendam e/ou plantam em terras próprias.

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Biografia do Autor

Ucleber Gomes Costa, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Licenciado em Geografia pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) - Unidade de Glória de Dourados. Desenvolveu monografia de conclusão de curso sobre o tema "As relações de produção na cadeia produtiva de mandioca: um estudo de caso da Indústria Agro Comercial Cassava S/A" em 2008. É professor de Geografia no ensino fundamental/médio na Escola Estadual Jonas Belarmino da Silva. É Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), com estágio na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no 2º Semestre de 2010. Desenvolveu dissertação sobre o tema: "Industrialização e relações de trabalho nas fecularias de Mato Grosso do Sul" em 2012, com orientação da Profa. Dra. Lisandra Lamoso. É membro do Grupo de Pesquisa Sócio-ambiental de Mato Grosso do Sul. Seus temas de interesse são: Arranjos Produtivos Locais, industrialização regional, desenvolvimento regional.

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Publicado

2014-03-17

Como Citar

Costa, U. G. (2014). Territorialização das fecularias no Mato Grosso do Sul. RealizAção, 1(1), 01–22. https://doi.org/10.30612/realizacao.v1i1.2064

Edição

Seção

Artigos