“Humano que não se pode consertar”: a necropolítica dos corpos femininos

Authors

  • João Victor Rossi UFGD
  • Simone Becker PPGAnt/PPGS/UFGD e CNPq

DOI:

https://doi.org/10.30612/nty.v7i10.10305

Keywords:

Racismo de Estado. Necropolítica. Extermínio. Corpos femininos.

Abstract

Neste artigo estabelecemos singela conversa entre autores que se dedicam a duas chaves/categorias analíticas, cujos desdobramentos nos levam à compreensão da realidade que vivemos em diferentes nuances no contemporâneo. São elas: Racismo de Estado e Necropolítica. Como disparadores reflexivos, trazemos para a cena alguns discursos midiáticos sul-mato-grossenses, bem como certas definições articuladas na “Casa das Estrelas – o universo pelo olhar das crianças” de Javier Naranjo. Tal articulação se dá com o intuito de pôr em outra perspectiva a agudez e dureza dos dados publicizados numa localidade, o Mato Grosso do Sul (e sua porção sul) que cada vez mais escracha o ódio contra corpos e expressões do feminino.

Downloads

Download data is not yet available.

References

AGAMBEN, Giorgio. (2007). Homo Sacer: O Poder Soberano e a Vida Nua. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG.

AGAMBEN, Giorgio. 2004. Estado de exceção. Tradução de Iraci D. Poleti. Belo Horizonte: UFMG.

ALVES, Vinicius. (2017). “Agro é pop”: cultivando desinformação e elogiando a escravidão. Disponível em: https://anovademocracia.com.br/no-196/7473-agro-e-pop-cultivando-desinformacao-e-elogiando-a-escravidao. Acesso em: Jul.2019.

BECKER, Simone; WIIK, Flavio. Braune; CHECA, Maria Eduarda Parizan. (2018). Apresentação do dossiê. In: Revista Ñanduty, volume 6, número9, p. 1-8. DOI 10.30612/nty.v6i8.8835. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/327950621_Apresentacao_do_dossie. Acesso em: Ab. 2019.

BECKER, Simone; LEMES, Hisadora B.G. (2014). Vidas Vivas Inviáveis: Etnografia Sobre os Homicídios de Travestis no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. In: REVISTA ÁRTEMIS, volume18, p.184 - 198. Disponível em: http://periodicos.ufpb.br/index.php/artemis/article/view/22545. Acesso em: Ab. 2019.

BECKER, Simone e OLIVEIRA, Esmael Alves de. (2016). Educação e direitos para (in)humanos? Alguns dilemas de LGBT´s perante o discurso jurídico brasileiro. In: Revista Tempos e Espaços em Educação, volume 9, p.165 - 182. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/revtee/article/view/5603. Acesso em: Ab. 2019.

BECKER, Simone e MORAES, Valentin. (2017). O (re)torno da “guerra justa”(?): os impactos das propostas da PEC 287 no tocante aos e às indígenas da região da Grande Dourados/MS, p.166-192. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/publicum/article/view/29012/0. Acesso em: Jun.2019.

BECKER, Simone. (2008). DORMIENTIBUS NON SOCURRIT JUS! (O DIREITO NÃO SOCORRE OS QUE DORMEM): um olhar antropológico sobre rituais processuais judiciais (envolvendo o pátrio poder/poder familiar) e a produção de suas verdades. Tese de doutorado defendida junto ao PPGAS da Universidade Federal de Santa Catarina.

BENTO, Berenice. (2018). Necrobiopoder: Quem pode habitar o Estado-nação? In: Cadernos Pagu [online], número 53, e185305. Epub June 11. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/18094449201800530005. Acesso em: Ab. 2019.

BUTLER, Judith. (1998). Fundamentos contingentes: o feminismo e a questão do pós- modernismo. Cadernos PAGU, p.11-42. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8634457/2381. Acesso em: fev.2018.

BUTLER, Judith. (2001). "Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo". Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado. Belo Horizonte: Autêntica Editora, p. 151-172.

BUTLER, Judith. (2015). Quadros de Guerra: quando a vida é passível de luto?1ª edição. São Paulo: Civilização Brasileira.

BUTLER, Judith. (2017). Corpos em aliança e política das ruas. Notas para uma teoria performativa de assembleia. 1ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

BUTLER, Judith. (2017b). Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade. Tradução Renato Aguiar. 13ª Edição – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

CAMPO GRANDE NEWS. (2019). Disponível em: https://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/travesti-morta-a-pedradas-e-facadas-sofreu-mais-de-80-perfuracoes. Acesso em: Ab. 2019.

CAMPO GRANDE NEWS. (2019b). Disponível em: http://www.campogrande.ms.gov.br/cgnoticias/noticias/casa-da-mulher-brasileira-celebra-4-anos-com-mais-de-470-mil-atendimentos/. Acesso em: Ab. 2019.

CAMPO GRANDE NEWS. (2019c). Disponível em: https://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/-me-chamou-de-viado-diz-pivo-da-morte-de-manicure-durante-juri. Acesso em: Ab. 2019.

CDDM. (2018). Mapa das Violências contra as Mulheres em 2018 da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/comissao-de-defesa-dos-direitos-da-mulher-cmulher/arquivos-de-audio-e-video/MapadaViolenciaatualizado200219.pdf. Acesso em: jul.2019.

DAVIS, Angela. (2017). Mulheres, raça e classe. Disponível em: http://www.mediafire.com/file/zhgt1pn0tn7voui/mulheres-rac3a7a-e-classe.pdf. Acesso em: fev. 2017.

DAVIS, Angela. (2017b). Mulheres, Cultura e Política. Tradução Heci Regina Candiani. 1. Ed. – São Paulo: Boitempo.

DAVIS, Angela. (2018). A liberdade é uma luta constante. Tradução Heci Regina Candiani. 1. Ed. – São Paulo: Boitempo.

DICIO. (2019). Dicionário Online de Língua Portuguesa. Disponível em: https://www.dicio.com.br/morrer/. Acesso em: 20 fev. 2019.

DOURADOS AGORA. (2019). Disponível em: https://www.douradosagora.com.br/noticias/mulheres-de-ms-estao-entre-maiores-vitimas-da-violencia-de-genero-no-brasil. Acesso em: Fev. 2019.

FEDERICI, Silvia. (2017). Calibã e a bruxa: Mulheres, Corpo e Acumulação Primitiva. Tradução: Coletivo Sycorax, São Paulo: Elefante, 2017.

FERREIRA, Camila C. e AGUIAR, Marcio M. (2018). “Ideologia de gênero”: pânicos morais, silêncios tagarelas e a (re)produção de normas binárias de gênero. In: Revista Ñanduty, volume 6, ano 8. Disponível: http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/nanduty/article/view/8838. Acesso em: jun 2019.

FOUCAULT, Michel. (2010). Em defesa da sociedade. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes.

FOUCAULT, Michel. 1926-1984. (2018). Microfísica do Poder/Michel Foucault; Organização, introdução e revisão técnica de Roberto Machado. – 8ª edição. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra.

LANGDON, Esther Jean. (1993). “O dito e o não dito: reflexões sobre narrativas que famílias não contam” . In: Revista de Estudos Feministas, volume 1, número 1. Florianópolis: UFSC, p. 155-158. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16001. Acesso em: Mai. 2019.

LÉVI-STRAUSS, Claude. (1982). Estruturas Elementares do Parentesco. Petrópolis: Editora Vozes.

MACHADO, Paula Sandrine. (2005). O sexo dos anjos: um olhar sobre a anatomia e a produção do sexo (como se fosse) natural. In: CADERNOS PAGU, (24), janeiro-junho, p. 249-281. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n24/n24a12.pdf. Acesso em: mai.2019.

MARTINS, Catia Paranhos. (2018). “Pela gestação de outras saúdes e incontáveis modos de ser/estar o mundo”. In: Revista Ñanduty, volume 6, ano 8. Disponível em: http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/nanduty/article/view/8834. Acesso em: Jun.2019.

MBEMBE, Achille. (2016). “Necropolítica”. Arte & Ensaios - Revista do PPGAV/EBA/UFRJ, n. 32, dezembro, pp. 122-151. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/download/8993/7169. Acesso em: Jul.2019.

MBEMBE, Achille. (2018). Necropolítica: Biopoder, Soberania, Estado de Exceção, Política de Morte/Achille Mbembe; Traduzido por Renata Santini. São Paulo, n-1 edições.

MIDIAMAX. (2019). Disponível em: https://www.midiamax.com.br/policia/2019/com-122-casos-ate-abril-ms-e-estado-com-mais-estupros-de-criancas-nobrasil/. Acesso em jun.2019.

MODELLI, Lais. (2016). Os crimes que transformaram mães em ativistas contra violência policial. Disponível em: https://www.geledes.org.br/os-crimes-que-transformaram-maes-em-ativistas-contra-violencia-policial/. Acesso em: Jun. 2019.

MPF. (2019). Audiência pública violência obstétrica contra mulheres indígenas e negras. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/ms/sala-de-imprensa/noticias-ms/audiencia-publica-promovida-pelo-mpf-debate-aspectos-da-violencia-obstetrica-contra-mulheres-indigenas-e-negras. Acesso em: jun.2019.

NARANJO, Javier. (2018). “Casa das Estrelas – o universo pelo olhar das crianças”. Lisboa: Editora Planeta.

PRADA, Monique. (2018). Putafeminista. Apresentação de Adriana Piscitelli. São Paulo: Veneta.

REVISTA CULT. (2019). O Pacote de Troia: A Lei Anticrime de Sérgio Moro, n.244, ano 22, abril. São Paulo: Editora Bregantini.

WELZER-LANG, Daniel. (2001). A Construção do Masculino: Dominação das Mulheres e Homofobia. In: Revista Estudos Feministas. Volume 9, número 2. Florianópolis: UFSC, p. 460-482.

Published

2019-08-30

How to Cite

Rossi, J. V., & Becker, S. (2019). “Humano que não se pode consertar”: a necropolítica dos corpos femininos. Revista Ñanduty, 7(10), 159 a 174. https://doi.org/10.30612/nty.v7i10.10305