A transferência do conhecimento tradicional/tácito para o conhecimento explícito, como forma de proteção à cultura da comunidade da terra indígena mãe maria

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/riet.v3i1.15355

Palavras-chave:

Transferência do conhecimento tradicional/tácito, Conhecimento explícito, Terra Indígena Mãe Maria, Propriedade Intelectual

Resumo

O presente artigo busca apresentar o processo de transferência de conhecimento tradicional/tácito entre o Povo Gavião que habita a Terra Indígena Mãe Maria no município de Bom Jesus do Tocantins no Sudeste do Estado do Pará. Para isto mobilizou-se conceituações da administração com intuito de ajudar a pensar as práticas indígenas, como práticas inerentes à uma organização social que busca atingir determinados objetivos. Dentre estes conceitos elencam-se o conhecimento tácito, conhecimento explícito e gerenciamento de conhecimento. Além disso, outra abordagem consiste em debater aspectos da legislação brasileira no que concerne à Propriedade Intelectual em relação aos direitos dos povos indígenas de usufruírem da proteção e, possíveis resultados inerentes à propriedade intelectual com base nos conhecimentos tradicionais. O desenvolvimento deste trabalho se deu por intermédio de uma pesquisa bibliográfica, na qual foi identificado diversas estratégias, que o Povo Gavião tem desenvolvido ao longo do tempo a fim de sistematizar, transmitir e reproduzir aos mais jovens conhecimentos referentes à sua história, língua, organização social e política. A transferência do conhecimento tácito para o explícito foi constatada na produção acadêmica ao longo dos anos, em documentários e livros de autores indígenas, onde demostram que dentro da Terra Indígena há produção e reprodução dos saberes tradicionais adequados para a proteção da cultura.

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Biografia do Autor

Cristiane de Menezes Vieira Bline, UNIFESSPA

Doutoranda em Direito Privado pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (UCES) de Buenos Aires, desde 2010. Mestranda em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), desde 2018. Especialista em Direito da Empresa e do Consumidor pela Universidade do Paraná, no ano de 2006. Especialista em Direito Processual do Trabalho pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal. Graduada em Direito pela Universidade da Região da Campanha (1999). Professora substituta da Universidade Federal do Pará, entre os anos de 2001 à 2006. Compôs o quadro de docentes do Curso de Direito, da Faculdade dos Carajás em Marabá, entre o período de 2015 à 2020. Em 2019, exerceu a função de Coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica, da Faculdade dos Carajás. Advogada atuante na cidade de Marabá desde o ano de 2001.

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Publicado

2023-12-28

Como Citar

Bline, C. de M. V. (2023). A transferência do conhecimento tradicional/tácito para o conhecimento explícito, como forma de proteção à cultura da comunidade da terra indígena mãe maria. Revista Interdisciplinar Em Educação E Territorialidade – RIET, 3(1), 212–233. https://doi.org/10.30612/riet.v3i1.15355