O Plano de Aula: um instrumento mediador da formação docente inicial em Língua Inglesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v17i44.17172

Palavras-chave:

Plano de aula; Formação inicial de professores; Instrumento de mediação; Língua inglesa.

Resumo

Tendo em vista o uso recorrente do plano de aula como instrumento formativo na educação inicial de professores, este trabalho visa a investigar como este recurso didático-pedagógico tem sido utilizado na formação de professores de Língua Inglesa em dois cursos de Letras (Inglês e Português/Inglês) de duas universidades públicas do estado do Paraná, Brasil. O estudo teve como objetivo suscitar discussão e reflexão sobre o papel do plano de aula como instrumento mediador no desenvolvimento docente. Os dados de pesquisa contemplaram dois modelos de plano de aula utilizados em momentos diferentes nos cursos de formação supracitados. Quanto aos procedimentos metodológicos, este estudo é de natureza interpretativista (Bortoni-Ricardo, 2008). Para as análises, ancoramos nosso trabalho nas dimensões de planejamento de sequências didáticas (SD) propostas por Lanferdini (2019) em sua tese de doutorado, desenvolvidas a partir de estudos sobre o trabalho do professor realizados por
Machado (2007; 2009). Os resultados alcançados apontaram para a importância da tomada de consciência sobre a sistematização de uma aula e seus elementos constitutivos por meio do plano de aula como instrumento mediador da formação docente inicial, bem como das reflexões sobre o processo de planejamento como elemento fundamental de antecipação do agir docente necessário a um maior entendimento sobre as ações de ensino.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lidia Stutz, Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)

Possui graduação em Letras Português Inglês pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (1993), mestrado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina (2005), doutorado em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (2012) com estágio doutoral realizado na Universidade de Genebra (Bolsa CAPES- DS - 2010, pós-doutorado em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (2017) e atuou como professora visitante na Universidade do Minho, Braga, Portugal (2022). Professora Associada do Departamento de Letras na Universidade Estadual do Centro-Oeste. É líder do grupo de pesquisa Gêneros Textuais e Práxis Docente - UNICENTRO e integrante do grupo de pesquisa Linguagem e Educação da UEL. Atuou como coordenadora do Subprojeto PIBID Letras Inglês de agosto 2012 - 2018. De agosto de 2017 a janeiro de 2019 coordenou o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras (Nível Mestrado) na UNICENTRO. A professora atua no Estágio Supervisionado em Língua Inglesa e tem experiência na área de Linguística Aplicada à Língua Inglesa, com ênfase nos seguintes temas: ensino de Línguas, interacionismo sociodiscursivo, gêneros textuais, saberes docentes, formação de professores, reflexividade e gestos didáticos, letramento acadêmico.

Maria Izabel Rodrigues Tognato, Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR)

Possui graduação em Letras Anglo Portuguesas pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (1992) e Mestrado em Letras - Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina - UEL-PR (2002), sob orientação da Professora Dra. Telma Nunes Gimenez. É Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pelo LAEL- PUC/SP (2009), sob orientação da Professora Dra. Anna Rachel Machado (in memoriam). Possui pós-doutorado pela UNIGE - Université de Genève - FAPSE - Faculdade de Psicologia e das Ciências da Educação sob orientação do Professor Dr. Joaquim Dolz, subsidiado pelo sistema de bolsa CAPES. nº BEX 0767/15-8, de setembro de 2015 a fevereiro de 2016. Atua como professora associada no Curso de Letras da Universidade Estadual do Paraná - Unespar - Campus de Campo Mourão - PR, desde 1994. Também atuou como professora no Ensino Fundamental e Médio da rede pública estadual de ensino de 1994 a 2011. Tem experiência na área de Letras com ensino de Língua Inglesa e respectivas literaturas, com Prática de Ensino, orientação de Estágio Supervisionado de Língua Inglesa, Iniciação Científica (PIC) e Iniciação Científica Junior (PIC Jr.) e em Formação Continuada do Professor de Língua Inglesa orientando professores da Educação Básica, participantes do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), oferecido pelo Governo do Estado do Paraná, de 2010 a 2017. Participa dos grupos de pesquisa Linguagem e Educação (LED) UEL/CNPq e LILA - Laboratório Integrado de Letramentos Acadêmico-Científicos - UEL, coordenados pela Professora Dra. Vera Lúcia Lopes Cristovão, bem como do LACEL - Letramentos Acadêmico-Científicos e Estudos da Linguagem, coordenado pela Professora Dra Jacqueline Sanches Vignoli, da Unespar - Campus de Campo Mourão - PR. Coordena o grupo de pesquisa Linguagem, Desenvolvimento, Educação e suas Relações - LIDERE/CNPq/Unespar - Campus de Campo Mourão - PR. É membro do GT da ANPOLL de Gêneros Textuais/Discursivos. É membro do corpo docente permanente do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Desenvolvimento (PPGSeD), na Unespar - Campus de Campo Mourão-PR desde 2014 e orienta Dissertações e Teses de pós-graduação. Atua como revisora ad hoc de periódicos nacionais e internacionais.

Priscila Azevedo da Fonseca Lanferdini, Núcleo Regional de Educação de Guarapuava

Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), na linha de formação de professores de Língua Estrangeira, e mestre pelo mesmo programa (2012), sob orientação da Profa. Dra. Vera Lúcia Lopes Cristovão. Possui especialização em Ensino de Língua Inglesa pela Faculdade Iguaçu - ESAP (2007) e graduação em Letras-Inglês e Literaturas de Língua Inglesa pela Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO (2006). É professora de Língua Inglesa da rede Básica de Ensino em Guarapuava (Pr) desde 2012 e do Programa Multicultural de Línguas (PROMUL) da UNICENTRO desde 2020. Participa dos grupos de pesquisa Linguagem e Educação (UEL) e Gêneros Textuais e Práxis Docente (UNICENTRO) cadastrados no CNPq. Realizou estágio doutoral sanduíche na Carleton University, sob supervisão do Prof. Dr. Devon Woods e da Profa. Dra. Eva Kartchava, sendo bolsista do Emerging Leaders in the Americas Program (ELAP), do Governo do Canadá (2017). Foi professora supervisora do subprojeto PIBID/Letras-Inglês da UNICENTRO entre os anos de 2013 e 2016. Tem interesse na área de Letras, com ênfase no ensino e aprendizagem de Língua Inglesa, atuando principalmente nos seguintes temas: metodologias de ensino de línguas, formação inicial e continuada de professores, planejamento didático docente, políticas públicas educacionais, gêneros de textos, sequências didáticas e análise de materiais didáticos.

Referências

AMIGUES, R. Trabalho do professor e trabalho de ensino. In: MACHADO, A. R. (Org.) O ensino como trabalho: uma abordagem discursiva. Londrina: Eduel, 2004.

BORTONI-RICARDO, S. M. O professor pesquisador: introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola. 135p. 2008.

BRONCKART, J-P. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Tradução de Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. 2. ed. São Paulo: Educ, 2009 [1999].

BRONCKART, J-P. Restrições e liberdades textuais, inserção social e cidadania. Revista da ANPOLL, n. 19, p. 231-256, 2004.

BRONCKART, J-P.. O agir nos discursos: das concepções teóricas às concepções dos trabalhadores. Tradução de Anna Rachel Machado e Maria de Lourdes Meirelles Matencio. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2008.

BRONCKART, J-P.. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Tradução de Anna Rachel Machado e Maria de Lourdes Meirelles Matêncio Campinas, SP: Mercado de Letras, 2006.

BRONCKART, J. P.; MACHADO, A. R. Procedimentos de análise de textos sobre o trabalho educacional. In: MACHADO, A. R. (org.) O ensino como trabalho: uma abordagem discursiva. Londrina: Eduel, 2004. p. 131-163.

CLOT, Y. A função psicológica do trabalho. Trad. Adail Sobral. Petrópolis: Vozes, 1999/2006.

CRISTOVAO, V. L. L.; MIQUELANTE, M. A. Critical Language Education Routes for English Teachers – CLERET. Curitiba: Editorial Casa, 2021.

FAITA, D. Gêneros de discurso, gêneros de atividade, análise da atividade do professor. In: MACHADO, A. R. (org.). O ensino como trabalho: uma abordagem discursiva. Londrina: EDUEL, 2004. p. 55-80.

FRANCK, O. A la recherche de l’archiélève lecteur à travers l’analyse du geste de planification: rôle des élèves dans les modifications de séquences d’enseignement.

542 f. Tese (Doutorado em Ciências da Educação) – Universidade de Genebra, Genebra, 2017.

FARRELL, T. S. C. Lesson planning. In: RICHARDS, J. C.; RENANDAYA, W. (Org.). Methodology in language teaching: An anthology of current practice, Cambridge University Press, 2002, p. 30-39.

HOFSTETTER R.; SCHNEUWLY B. Savoirs en (trans)formation. Au cœur des professions de l’enseignement et de la formation. In: HOFSTETTER, R.; SCHNEUWLY, B. Savoirs en (trans)formations des savoirs dans les formations aux professions enseignantes. Bruxelles : De Boeck, 2009, p. 6-22.

LANFERDINI, Priscila Azevedo da Fonseca. O planejamento de sequências didáticas no PIBID: espaços para o desenvolvimento do aluno-professor de Língua Inglesa. 2019. 422 f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2019.

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Editora Cortez, 1990.

LIBÂNEO, J. C. Formação de professores e didática para desenvolvimento humano. Educação & Realidade, Porto Alegre, v.40, n.2, p. 629-650, abr./jun. 2015.

MACHADO, A. R. Diários de leituras: a construção de diferentes diálogos na sala de aula. Linha D’Água, [S. l.], n. 18, p. 61-80, 2005. DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v0i18p61-80. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/ view/37279. Acesso em: 30 maio. 2023.

MACHADO, A. R. Trabalho prescrito, planificado e realizado na formação de professores: primeiro olhar. In: MACHADO, A.R. et al. (org.). línguagem e educação: o trabalho do professor em uma nova perspectiva. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009. p. 79-99.

MACHADO, A. R. Por uma concepção ampliada do trabalho do professor. In: GUIMARÃES, A. M. M.; MACHADO, A. R.; COUTINHO, M. A. (org.). O Interacionismo Sociodiscursivo: questões epistemológicas e metodológicas. Campinas: Mercado de Letras, 2007. p. 77-97.

MAGALHÃES, T. G.; TAVELA, M. C. W. Aprendendo a escrever um “diário de leitura”. Portal do professor. 20 nov. 2009. Disponível em: . Acesso em: 25 abril 2020.

ROGER, J.-L. Refaire son métier: essais de clinique de l’activité. Ramonville SaintAgne: Éditions Érès, 2007. 255p.

SAUJAT, F. Ergonomie de l’activité enseignante et développement de l’expérience professionelle: une approche clinique du travail du professeur. 2004. Tese (Doutorado em Ciências da Educação)–Université d’Aix-Marseille I, 2002.

SAUJAT, F. O trabalho do professor nas pesquisas em educação: um panorama. In: MACHADO, A. R (org.). O ensino como trabalho: uma abordagem discursiva. Londrina: EDUEL, 2004. p. 3-34.

SCHNEUWLY, B. Le travail enseignant. In: SCHNEUWLY, B; DOLZ, J. Des objets enseignés en classe de français: le travail de lénseignant sur la rédaction de textes argumentatifs et sur la subordonnée relative. Renne: Presses universitaires de Rennes, 2009, p. 29-43.

SCHNEUWLY, B. Gêneros e tipos de discurso: Considerações psicológicas e ontogenéticas. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. (Trad. e org.. Rojo, R.; Cordeiro. G. S.). Campinas: Mercado de Letras, 2004, p. 21-39.

STUTZ, L. Sequências didáticas, socialização de diários e autoconfrontação: instrumentos para a formação inicial de inglês. 2012, 458p. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina/PR, 2012.

TOGNATO, M. I. R. A (re)construção do trabalho do professor de inglês pela linguagem. 2009, 335p. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.

TOGNATO; BUTTLER, D. B. Resenhas dos livros didáticos aprovados pelo Guia PNLD 2020 de língua portuguesa: uma ferramenta para o trabalho docente. Linha D’Água, [S. l.], v. 33, n. 2, p. 189-214, 2020. Disponível em:https://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/view/167039. Acesso em: 12 set. 2023.

UBAQUE-CASALLAS, D. F.; AGUIRRE-GARZON, E. Re-Signifying Teacher Epistemologies Through Lesson Planning: A Study on Language Student Teachers. Profile, Bogotá , v. 22, n. 2, p. 131-144, 2020. Disponível em:<http://www.scielo.org.co/scielo.php?script= sci_arttext & pid=S1657-07902020000200131 & lng= en nrm=iso>. Acesso em 21 jun. 2022.

VIGOTSKI, L. S. O método instrumental em psicologia. In: VIGOTSKI, L. S. Teoria e Método em Psicologia. (Trad. Claudia Berliner; revisão Elzira Alantes.). São Paulo: Martins Fontes, 1982/1999.

WOODS, D. Teacher cognition in Language teaching: beliefs, decision-making and classroom practice. Cambridge University Press, 1996.

Downloads

Publicado

02.12.2023

Como Citar

Stutz, L., Tognato, M. I. R., & Lanferdini, P. A. da F. (2023). O Plano de Aula: um instrumento mediador da formação docente inicial em Língua Inglesa. Raído, 17(44), 358–385. https://doi.org/10.30612/raido.v17i44.17172

Edição

v. 17 n. 44 (2023): Linguagem e Educação: 21 anos de Estudos da Linguagem

Seção

Linguagem e Educação: 21 anos de Estudos da Linguagem

Licença

Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:

(a)    O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.

(b)   Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:

  1. Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
  2. NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
  3. CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
  4. Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
(c)   Após a publicação, os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online – em repositórios institucionais, página pessoal, rede social ou demais sites de divulgação científica, desde que a publicação não tenha fins comerciais.