Políticas educacionais e educação intercultural: implicações sobre os currículos escolares e construção de identidades descolonizadas
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v8i22.9706Keywords:
Políticas educacionais. Educação intercultural. Identidades descolonizadas.Abstract
A observação de uma crescente sensibilização quanto à necessidade de realizarmos práticas pedagógicas interculturais para uma educação mais inclusiva com relação aos grupos historicamente subalternizados motivou-nos a reflexão neste artigo. Nos textos das políticas educacionais, especialmente aqueles produzidos a partir de discussões ocorridas na segunda metade da primeira década e primeira metade da segunda década dos anos 2000, verificamos avanços das perspectivas interculturais e inclusivas. É nesse contexto que se situa este trabalho. Seu objetivo é, a partir da análise das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Resolução CNE/CEB n.º 4/2010), Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (Resolução CNE/CEB n.º 2/2012) e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio (Resolução CNE/CEB n.º 6/2012), refletir sobre a potencialidade de essas legislações subsidiarem a elaboração de currículos e o desenvolvimento de práticas interculturais e inclusivas. Espera-se, ainda, que esses documentos impactem a construção de identidades descolonizadas, tanto de professores quanto de estudantes, de forma a contribuir para uma formação emancipatória dos sujeitos do processo educativo.
Downloads
References
AFONSO, A. J. Autonomia das escolas. Revista Inovação do Instituto de Inovação Educacional, v. 12, n. 3, p. 121-137, 1999.
APPLE, M.; BEANE, J. (Org.). Escolas democráticas. São Paulo: Cortez, 1997.
APPLE, M. W. Ideologia e Currículo. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
BRASIL. Resolução n.º 4, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf. Acesso em: 20 nov. 2017.
BRASIL. CNE/CEB. Resolução n.º 2, de 30 de janeiro de 2012a. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17417&Itemid=866. Acesso em: 13 nov. 2017.
BRASIL. CNE/CEB. Resolução n.º 6, de 20 de setembro de 2012b. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17417&Itemid=866>. Acesso em: 10 nov. 2017.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
CANDAU, V. M. F. Cotidiano escolar e práticas interculturais. Cadernos de Pesquisa, v. 46. n. 161, p. 802-820, jul.-set. 2016.
CONTRERAS, J. A autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002.
COPPETE, M. C.; FLEURI, R. M.; STOLTZ, T. Educação para a diversidade numa perspectiva intercultural. Revista Pedagógica, Unochapecó, ano 15, v. 1, n. 28, jan.-jun. 2012.
FERNANDES, S. R. S. Projetos educativos escolares e práticas alfabetizadoras emancipatórias: os contributos da Escola da Ponte de Portugal. Curitiba: CRV, 2016.
FLEURI, R. M. Intercultura e educação. Revista Brasileira de Educação, n. 23, maio-ago. 2003.
FLEURI, R. M.; COPPETE, M. C.; AZIBEIRO, N. E. In: OLIVEIRA, Lilian B. et al. (Org.). Culturas e diversidade religiosa na América Latina. Pesquisas e Perspectivas Pedagógicas. Blumenau: Editora Edifurb, 2009.
LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: Clacso, 2005. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/. Acesso em: 20 jan. 2018.
LAWN, M. Os professores e a fabricação de identidades. In: Currículo sem Fronteiras, v. 1, n. 2, p. 117-130, jul./dez. 2001. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol1iss2articles/lawn.htm. Acesso em: 12 dez. 2017.
MIGNOLO, W. D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, n. 34, p. 287-324, 2008.
SANTOMÉ, J. T. Currículo escolar e justiça social: o cavalo de Troia da educação. Porto Alegre: Penso, 2013.
SILVA, F. L. G. R. Identidade profissional dos professores da educação profissional técnica de nível médio no Brasil e em Santa Catarina: desafios para a sua formação. 2014. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis.
SILVA, M. R.; COLONTONIO, E. M. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e as proposições sobre trabalho, ciência, tecnologia e cultura reflexões necessárias. Revista Brasileira de Educação, v. 19, n. 58, p. 611-628, jul.-set. 2014.
WALSH, C. Interculturalidad crítica y pedagogia de-colonial: apuestas (des)de el in-surgir re-existir y re-vivir. 2012. Disponível em: http://www.antropologias.org/rpc/files/downloads/2010/09/Catherine-Walsh-Interculturalidad-cr%C3%ADtica-y-pedagog%C3%ADa-de-colonial.pdf. Acesso em: 10 nov. 2017.