A Base Nacional Comum Curricular e os itinerários formativos no Ensino Médio
reflexões sobre rede estadual do Mato Grosso do Sul
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v14iesp.1.19688Palavras-chave:
Políticas educacionais, BNCC, Itinerários formativos, Ensino MédioResumo
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é apresentada no contexto de ensino nacional como um documento que estabelece as aprendizagens consideradas como essenciais e, que todos os estudantes brasileiros devem desenvolver ao longo da educação básica. Nessa perspectiva, os itinerários formativos (IFs) foram introduzidos como uma forma de flexibilizar o currículo do Ensino Médio (EM), a partir da ideia de que os estudantes tenham a opção de escolha das áreas específicas no sentido de direcionar/aprofundar seus estudos. Assim observado, o objetivo do presente estudo é problematizar a questão do currículo para o Novo Ensino Médio (NEM) delineado pela BNCC a partir dos IFs, tendo como amostra as normatizações traçadas pela Secretaria de Educação (SED) do estado para a Rede Estadual de Ensino (REE) do Mato Grosso do Sul (MS). Para tanto, a pesquisa pauta-se pelo levantamento teórico-bibliográfico e documental, respaldada por uma análise qualitativa dos aspectos que compõem as medidas legais assumidas para a etapa em tela do nacional para o estadual. Diante do estudo desenvolvido, é possível inferirmos que o currículo ultrapassa o aspecto formal e se expressa por meio da prática e da experiência. Há tempos o currículo deixou de ser visto sob a visão meramente técnica, ou seja, envolvendo somente questões de procedimentos, técnicas e métodos. No caso da REE-MS, identificamos um movimento implementação impositiva verticalizada das orientações da BNCC, desconsiderando as características regionais específicas, mas sim com uma aderença estreita com os desígnios das orientações de uma ideia de currículo nacional/estadual único.
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