A relevância da imagem e do movimento corporal no processo de aprender e ensinar
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482Palavras-chave:
Imagem, Movimento, Ensino, Aprendizagem, FormaçãoResumo
Este estudo originou-se das observações feitas pelas autoras sobre as diferentes formas de compreender a relevância da imagem e do movimento corporal no processo de Aprender e Ensinar. Para contextualizar esse processo educacional e somático foram aplicadas dinâmicas visuais para participantes matriculados no curso de extensão Corpo, Formação Humana e Sociedade - da UFGD com o objetivo de fazer com que o participante conhecesse a ideia de todos os outros; identificasse, além da diversidade de ideias, uma variedade de modos de ver e pensar a mesma imagem ou movimento corporal, levando-o ao desenvolvimento do próprio método de pensar ou de uma reflexão coletiva e, por fim, de melhorar a participação e o envolvimento dos alunos. Para isso, nos pautamos na teoria de John Hattie (2017) sobre a Aprendizagem Visível e utilizamos como metodologia a Rotina de pensamento Zoom. Foram apresentadas quatro imagens e, para a observação e análise destas, fizemos 3 perguntas: O que você vê? O que pensa que poderia ser? Quais são suas próprias inferências e conclusões do que viu e pensou? Pelos relatos dos participantes, ficou claro o entendimento da dinâmica do zoom e que a descrição e a análise das imagens puderam ser feitas através do repertório de conhecimento de cada aprendente. Ao escutar o que é dito, entramos em contato com o repertório de palavras e de pensamentos do aprendente, como ele age e reage diante das situações ali postas e de que maneira as resolve. Observando o aprendente durante a execução da tarefa, percebemos atitudes que podem ser o elemento dificultador da aprendizagem ou mesmo ser o motivo do não aprender. Analisamos o quanto essa relação do ensinar-aprender mostrou-se ser um reflexo do ambiente em que vivemos; que o olhar para o aprender é processual e devido às nossas heranças adquirimos conhecimentos, como também os transmitimos, nos transformando em outros “eus”. Assim, quando nos tornamos outros “eus”, os caminhos que escolhemos, qualquer que seja ele, terá um aprendizado que fica marcado em nós, em nosso corpo e que essas impressões não devem ser qualificadas em positivas ou negativas, mas em sinais e assinaturas que nos constroem enquanto um ser singular. Sabemos que tais marcas podem nos ajudar ou nos prejudicar em nossos processos de formação, por isso é preciso encontrar estratégias de constante desmantelamento de tendências à estagnação, por meio de práticas de transformação de si, para aumentarmos o nosso potencial criativo e que nos inspire a constante mudanças necessárias para a nossa evolução.
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