Notas sobre os processos de constituição identitária de indígenas terenas nas redes sociais
DOI:
https://doi.org/10.30612/arredia.v7i12.8511Palavras-chave:
Processos identitários. Povos Terenas. Análise do discurso.Resumo
O processo de diáspora vivido pelo povo Terena e o seu posterior reajuntamento afetaram o modo de vida e operaram grandes mudanças na paisagem ecológica e social desse povo indígena, o qual se viu, a partir daí, forçado a buscar novas estratégias de sobrevivência em um processo crescente de territorialização e de busca de autoafirmação nos territórios ocupados. Devido a este processo, há um discurso corrente de estigmatização dos povos Terena que assevera que eles abandonaram suas raízes, se aculturaram e se tornaram "índios urbanos". Neste contexto de estigmatização e de institucionalização de sentidos vários sobre o sujeito índio, nos propomos a problematizar as representações imaginárias desses sujeitos sobre si mesmos, através de publicações de postagens no facebook realizadas por professores indígenas destes povos. Nossa referência teórica é a Análise do Discurso de linha francesa através dos conceitos de memória, interdiscurso e formações discursivas propostos por Pecheux (2009), da formulação do conceito de formações discursivas realizada por Foucault (1986) e da problematização de noções como identidade e processos identitários propostas por Hall (2006) e Coracini (2003), além das concepções de território e territorialidade e propostas por Haesbart (2004). Os resultados iniciais apontam para identidades construídas a partir das relações territoriais que encenam o funcionamento de diferentes posições sujeito, constituídas em duas formações discursivas que estão relacionadas entre si por oposição.
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