Kin e kind: análise de traduções brasileiras de um trocadilho de Hamlet
DOI:
https://doi.org/10.30612/arredia.v8i14.19127Keywords:
Tradução literária, Hamlet, Trocadilhos, Traduções brasileiras, William ShakespeareAbstract
Este artigo examina as estratégias de tradução adotadas por sete tradutores brasileiros ao verterem para o português uma fala de Hamlet que envolve o jogo de palavras entre kin e kind, ou seja, como os tradutores lidam com a ambiguidade linguística e cultural do texto original. O estudo dialoga também com as reflexões de Bárbara Heliodora (2016) e Dirk Delabastita (1993, 1994). Heliodora (2016) ressalta a necessidade de uma tradução teatral que preserve o fluxo dramático, mesmo diante das limitações inerentes à transposição de trocadilhos e ambiguidades, como no verbo to lie em inglês. Já Delabastita (1993, 1994), em seus estudos sobre trocadilhos, explora a dificuldade de recriar jogos de palavras em outro idioma, propondo estratégias como adaptação e recriação para mitigar as inevitáveis perdas semânticas. Ambos reconhecem que a tradução de Shakespeare demanda um equilíbrio entre a manutenção da vitalidade teatral e a recriação criativa das ambiguidades linguísticas. O objetivo do artigo é identificar como os tradutores brasileiros resolveram a complexidade semântica e cultural dessa passagem de Hamlet, analisando as implicações dessas soluções para a recepção da obra no Brasil. A metodologia inclui análise textual detalhada e crítica das traduções, focando nas interseções entre poética e teatralidade
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