A banalização do insólito na modernidade líquida: uma leitura d'O ex-mágico da Taberna Minhota
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v12i29.7780Palabras clave:
Conto fantástico brasileiro. Insólito banalizado. Murilo Rubião.Resumen
Este artigo propõe a investigação do fantástico na obra do contista Murilo Rubião. Constitui-se da análise do conto “O ex-mágico da Taberna Minhota” publicado no primeiro livro do autor, O ex-mágico (1947), ancorada na teoria da modernidade líquida de Zygmunt Bauman (2001). O estudo tem como perspectiva a construção da identidade na literatura à época em que o autor produziu e publicou suas narrativas ficcionais e, para tanto, busca a conexão entre essa produção literária e o contexto sócio-político brasileiro. Essa análise pretende demonstrar que a estética muriliana, mais que representar um novo modo discursivo na literatura brasileira, ilustrou aspectos da sociedade líquido-moderna, como a fluidez identitária, uma vez que esses contos retratam uma sociedade desordenada, cujas estruturas sociais são alteradas frequentemente, fazendo escapar ao sujeito um modo de se firmar como indivíduo e agente social.Descargas
Citas
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Trad. Plinio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
___. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Trad. Plinio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
___. Identidade. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
___. Vida líquida. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
___. Diálogos com Zygmunt Bauman: entrevista. [25 de julho de 2011] Londres: Produção CPFL Cultura e Seminário Fronteiras do Pensamento, 2011. Entrevista concedida ao Núcleo de Pesquisa em Estudos Culturais Npec. Disponível em: <http://www.cpflcultura.com.br/2011/08/16/dialogos-com-zygmunt-bauman/>. Acesso em 02/02/2018.
BESSIÈRE, I. O relato fantástico: forma mista do caso e da adivinha. FronteiraZ, São Paulo, v. 3, n. 03, set/2009. Disponível em: <http://www4.pucsp.br/revistafronteiraz/numeros_anteriores/n3/download/pdf/traducao2.pdf>. Acesso em 28/02/2018.
BÍBLIA SAGRADA. Salmo 86: oração de Davi. Trad. Luís Stadelmann. 52 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.
CANDIDO, Antonio. Literatura e cultura: de 1900 a 1945. In: ___. Literatura e sociedade. 9 ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.
___. A nova narrativa. In:___. A educação pela noite. 6 ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011. p. 241-260.
CALVINO, I. Seis propostas para o novo milênio: lições americanas. Trad. Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CHEVALIER, Jean. GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. 20 ed. Trad. Vera da Costa e Silva. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006. p. 77-79.
GARCÍA, F. O insólito na narrativa ficcional: a questão e os conceitos na teoria dos gêneros literários. In: ___. (Org.) A banalização do insólito: questões de gênero literário – mecanismos de construção narrativa. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2007. Disponível em: <http://www.dialogarts.uerj.br/admin/arquivos_tfc_literatura/livro_insolito.pdf>. Acesso em 13/03/2018.
______. Fantástico: a manifestação do insólito ficcional entre modo discursivo e gênero literário – literaturas comparadas de língua portuguesa em diálogo com as tradições teórica, crítica e ficcional. Anais. XII Congresso Internacional da ABRALIC, Curitiba/PR, 18 a 22 de julho de 2011. Disponível em: <http://www.abralic.org.br/anais/cong2011/AnaisOnline/resumos/TC0010-1.pdf>. Acesso em 07/03/2018.
LUCAS, Fábio. O caráter social da literatura brasileira. 2 ed. São Paulo: Quíron, 1976.
LUKÁCS. G. A teoria do romance. Trad., posfácio e notas José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Duas Cidades; Ed34, 2000.
PALHARES-BURKE, Maria Lúcia Garcia. Entrevista com Zigmunt Bauman. Tempo social. São Paulo: EdUSP, vol.16, n.1, 2004, p. 301-325. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ts/v16n1/v16n1a15.pdf>. Acesso em 13/03/2018.
PIGLIA, R. Formas breves. Trad. José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
RUBIÃO, M. O pirotécnico Zacarias. São Paulo: Ática, 1986.
___. Murilo Rubião: obra completa. Edição do Centenerário. Textos críticos: Jorge Schwartz e Carlos de Brito e Mello. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
SARTRE, J. P. O existencialismo é um humanismo. Trad. Rita Correia Guedes. 3 ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987.
SCHWARTZ. J. Murilo Rubião: a poética do uroboro. São Paulo: Ática, 1981.
TODOROV, T. Introdução à literatura fantástica. Trad. Maria Clara Correa Castello. São Paulo: Perspectiva, 2007.
WERNECK, H. A aventura solitária de um grande artista. 1988. Em: RUBIÃO, Murilo. O pirotécnico Zacarias e outros contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.