Uma ponte entre o real e o fantástico: leitura de um conto de Maria Isabel Barreno
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v12i29.7739Palabras clave:
Fantástico do século XX. Conto português. Maria Isabel Barreno. Portugal contemporâneo.Resumen
Esse artigo propõe uma leitura ao conto “A ponte”, da escritora portuguesa Maria Isabel Barreno, publicado em 1993. Para isso, fundamenta-se em teorias acerca do fantástico contemporâneo dos críticos Ana Maria Barrenechea, Jean-Paul Sartre e Jaime Alazraki, segundo as quais a manifestação desse gênero no século XX agencia uma compreensão do mundo hodierno e de seus contextos sociais e políticos, tornando assim o fantástico, não obstante a sua narrativa ilógica ou sobrenatural, uma eficiente representação mimética do real. Baseados nisso, verificamos nessa investigação do conto de Barreno uma discussão a respeito das insólitas decisões promovidas pelos círculos de comando do mundo burocrático oficial do Estado, que revelam o descompasso deste com a realidade dos seus cidadãos e da sociedade. Mais especificamente, deparamo-nos com uma análise a respeito da permanência (ou de sua impossibilidade), na contemporaneidade do Portugal dos anos 1990, das já passadas décadas de ditadura salazarista.Descargas
Citas
ALAZRAKI, Jaime. Hacia Cortázar: aproximaciones a su obra. Barcelona: Antrophos, 1994.
______. ¿Qué es lo neofantástico? In: ROAS, David. Teorías de lo fantástico. Madrid: Arco/Libros, 2000, p. 265-82.
BARRENECHEA, Ana Maria. Ensayo de una tipologia de la literatura fantástica. In: Revista Iberoamericana. Pittsburgh: University of Pittsburgh, no 80, julho-setembro, 1972, p. 391-403.
BARRENO, Maria Isabel. A ponte. Lisboa: Dom Quixote, 2004.
______. A ponte. In: ______.Os sensos incomuns. Lisboa: APE, 2001a.
______. Os territórios imaginários da escrita. In: Revista Scripta. Belo Horizonte, v. 4, n. 8, p. 275-286, 1o sem. 2001b.
CALVINO, Italo. Définitions de territoires: le fantastique. In: ______. Le machine littérature. Paris: Seuil, 1993, p. 55-6.
CEIA, Carlos. Sobre o conceito de alegoria. In: Revista Matraga. Rio de Janeiro, n. 10, p. 19-26, outubro de 1998.
MANGUEL, Alberto. Umahistória da leitura. Tradução: Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
PIGLIA, Ricardo. Teses sobre o conto. In: ______. Formas breves. Tradução: José Marcos Marinani Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 87-94.
RODRIGUES, Luís Ferreira. A ponte inevitável - A história da Ponte 25 de Abril. Lisboa: Guerra & Paz, 2016.
SARTRE, Jean-Paul. Aminadab, ou o fantástico considerado como uma linguagem. In: ______. Situações I - críticas literárias. Tradução: Cristina Prado. São Paulo: Casac Naify, 2005, p. 133-49.
TODOROV, Tzvetan. Introdução à Literatura Fantástica.Tradução: Maria Clara Correa Castello. São Paulo: Perspectiva, 2004.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.