Por uma corporeidade das imagens: algumas reflexões (in)disciplinadas sobre corpo, gênero e saúde no cinema moçambicano
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v13i29.8049Palabras clave:
Corpo. Gênero. Saúde. Cinema. Moçambique.Resumen
Através desse artigo, uma vez mais, o duo autoral produz espaço para a proliferação de diálogos afeitos e afetados pelos interesses antropológicos. Agora, as trocas tocam a importância de pensar temas caros ao campo antropológico, tais como corpo, gênero e saúde, à luz do cinema moçambicano. Para isso, tomamos como foco de nossa análise o curta Mãe dos Netos. O objetivo, a partir de uma escrita ensaística, foi o buscar perceber de que modo a narrativa cinematográfica moçambicana contemporânea significa a pandemia do HIV-Aids. Nossa hipótese principal foi a de que o cinema de Moçambique ao voltar-se para a temática de corpos atravessados pela experiência do HIV-Aids constrói uma dinâmica e complexa teia narrativa que acaba por subverter uma perspectiva meramente medicalizante. Em cena corpos, sujeitos, gêneros, dramas, agenciamentos que, apesar de atravessados pela doença, criam estratégias (est)éticas que buscam questionar as lógicas de docilização, medicalização e controle dos corpos e da vida.Descargas
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