Representações da tortura: o fazer literário como espaço de remissão
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v13i32.8973Palavras-chave:
Literatura brasileira. Ditatura. Tortura. Resistência.Resumo
Os romances Em câmara lenta (1977), de Renato Tapajós, Batismo de Sangue (1982), de Frei Betto, Volto semana que vem (2015), de Maria Pila, e Ainda estou aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva, são compreendidos aqui, sobretudo, como representações denunciativas do modus operandi e das práticas de tortura promovidas por agentes da Ditadura Militar instaurada no Brasil (1964-1985). Nesse sentido, discuto aqui a hipótese central, a saber: ao escreverem sobre memórias tão dolorosas, os referidos autores configuraram o fazer literário num espaço de remissão, mas não de esquecimento, para si e para seus leitores. Já que, sem exceção, suas narrativas apresentam um caráter verossímil que entrelaçam suas vidas aos contextos de repressão e violência física e psicológica, aos quais foram submetidos. Para tanto, traçou-se um panorama analítico-comparativo entre os relatos colhidos pela Comissão Nacional da Verdade, e publicados em seu relatório fi nal em 2015, e trechos dos referidos romances cujo foco se dá na descrição dos atos de tortura de suas personagens. Os resultados apontaram que as tais obras se configuraram como espaços de dor, de denúncia, de resistência e, sobretudo, de remissão, para seus autores e leitores.Downloads
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