Alice no espelho: o recurso ao fantástico na formação de leitores juvenis
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v12i29.7741Palavras-chave:
Literatura Juvenil. Literatura fantástica. Alice no espelho.Resumo
O presente artigo apresenta uma leitura da obra Alice no espelho, de Laura Bergallo, publicada em 2005, integrando a Coleção Muriqui da editora SM. A partir da análise fundamentada nos referenciais da Literatura Fantástica, verifica-se que, no contexto da produção literária endereçada ao público juvenil, esta obra literária consegue superar as possíveis pretensões didatizantes e moralizantes da coleção e se reveste de valor e qualidade ao recorrer aos fundamentos do fantástico como estratégia para a problematização desse tema de forte apelo didático e mercadológico como é a anorexia. A autorreferencialidade, presente na remissão explícita à obra de Lewis Carrol, a criação de um ambiente paralelo e o recurso ao duplo e à hesitação se configuram como estratégias a partir das quais se viabiliza a discussão de um tema complexo e problemático, no meio juvenil, de modo leve, mas nem por isso, menos profundo.Downloads
Referências
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BERGALLO, L. Alice no espelho. São Paulo: Edições SM, 2005. – (Muriqui)
BERMAN, M. Tudo o que é sólido desmancha no ar:a aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
COELHO, N. N. Panorama Histórico da Literatura Infantil/Juvenil: das origens indo-europeias ao Brasil contemporâneo. 5 ed. - Barueri, SP: Manole, 2010.
COVIZZI, L. M. O Insólito em Guimarães Rosa e Borges. São Paulo: Ática, 1978.
FAIVRE, A. Gènese d’un genre narratif, le fantastique (essai de périodisation) – Gênese de um gênero narrativo, o fantástico (ensaio de periodização). In: Colloque de Cerisy – La litterature fantastique, Albin Michel, Paris, 1991, pp. 15 a 41.
FREUD, S. O inquietante. In: Obras Completas. Vol. 14. São Paulo: Companhia das Letras, p. 329-376, 2010 (Coleção Novelas Imortais).
GAMA-KHALIL, M. M. A literatura fantástica: gênero ou modo?. Terra roxa e outras terras – Revista de Estudos Literários. v.26, nº 1-130, p.18-31, 2013). Disponível em: <http://www.uel.br/pos/letras/terraroxa/g_pdf/vol26/TR26b.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2017.
HOFFMANN, ETA. O homem da areia. In: SABINO, Fernando (Org). O homem da areia. 1. ed. São Paulo: Rocco, 2010.
MATIA, K. C. A Narrativa Juvenil Brasileira: Entre Temas e Formas, O Fantástico, 182 f. Tese (Doutorado em Letras – Estudos literários): Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2017.
MARTHA, A. A. P. Anos de chumbo na perspectiva da narrativa juvenil contemporânea: Ordem, sem lugar, sem rir, sem falar, de Leusa Araujo. In: 2º CIELLI: Colóquio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários , 2012, Maringá: Anais Eletrônicos. Maringá: UEM (Estudos Literários). Disponível em: <http://anais2012.cielli.com.br/pdf_trabalhos/819_arq_1.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2013.
PIERINI, F. L. Mirna Pinski e o Conto fantástico. 2011. Disponível em: <https://nuhtaradahab.wordpress.com/2011/10/08/fabio-lucas-pierini-mirna-pinsky-e-o-conto-fantastico-para-criancas/>. Acesso em: 03 mar. 2018.
PIERINI, F. L. Sexto sentido, Corpo fechado e Sinais – filmes dentro das teorias literárias. Revista JIOP, nº 1 – Maringá: Departamento de Letras da UEM, 2010. Disponível em: <http://www.dle.uem.br/revista_jiop_1/artigos/pierini.pdf>. Acesso: 08 nov. 2017.
TODOROV, T. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1975.
VOLOBUEF, K.. Uma Leitura do Fantástico: a invenção de Morel (A. B. Casares) e O processo (F. Kafka). Revista Letras, Curitiba, n. 53, p. 109-123, jun. 2000. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/letras/article/view/18866>. Acesso: 08 fev. 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.