Reprodução, de Bernardo Carvalho: uma fala desordenada como representação da instabilidade do real

Autores

  • Ricardo Magalhães Bulhões Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Wagner Corsino Enedino Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Palavras-chave:

Prosa contemporânea. Pseudorrealismo. Incomunicabilidade.

Resumo

No romance Reprodução (2013), de Bernardo Carvalho, por meio das falas fragmentadas dos personagens em cena, apresentam-se flashes de um mundo pautado pela incompreensão e incerteza. Ancorando-se principalmente nos estudos de Erich Auerbach (2001) e Tânia Pelegrini (2007) sobre os novos modos de realismo – suas reelaborações – nossa atenção se volta, neste artigo, para as novas configurações de feição realista que, por meio das suas especificidades narrativas, conseguem construir uma pseudorrealidade asfixiante, punk, que faz o leitor se aproximar de um eu totalmente esfacelado, vítima de uma superexposição de informações veiculadas pela internet. Como veremos, em Reprodução a história é contada de forma direta pelas falas do estudante de chinês e do delegado da polícia federal, como se fosse, de fato, a própria realidade, tornando-se persuasiva e ao mesmo tempo um painel renovado da sociedade atual.

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Biografia do Autor

Ricardo Magalhães Bulhões, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Graduou-se em Letras na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP Assis) no ano de 1986, onde concluiu o Mestrado (1992) e o Doutorado (2007), ambos na área de Literatura e Vida Social. Atualmente é Professor Adjunto 4 na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Três Lagoas, atuando na Graduação e Pós-graduação em Letras. Integra o Grupo de Pesquisa "A Escrita no Brasil Colonial e suas Relações"; é um dos Coordenadores do Curso de Extensão "Mediadores de Leitura" (MEC). Suas pesquisas voltam-se para questões relacionadas à Literatura Brasileira com ênfase nos seguintes temas: a prosa brasileira contemporânea, a instância narrativa e a escrita no Brasil Colonial e suas relações (intertextualidade).

Wagner Corsino Enedino, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Mestrado em Estudos Literários pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Araraquara, Doutorado em Letras pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de São José do Rio Preto e Pós-Doutorado pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Atua no Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas e no Mestrado em Estudos de Linguagens do Centro de Ciências Humanas e Sociais, na mesma instituição, em Campo Grande-MS. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, Literatura Brasileira, Teatro e Dramaturgia, atuando especialmente nos seguintes temas: Plínio Marcos, Nelson Rodrigues, Teatro sul-mato-grossense, Dramaturgia paraguaia, Drama em Literatura Inglesa, Literatura Comparada e Estudos Culturais, Estudos da Subalternidade, Teatro Brasileiro Contemporâneo, Identidade e Dramaturgia.

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Publicado

08.01.2016

Como Citar

Bulhões, R. M., & Enedino, W. C. (2016). Reprodução, de Bernardo Carvalho: uma fala desordenada como representação da instabilidade do real. Raído, 9(20), 43–54. Recuperado de https://ojs.ufgd.edu.br/Raido/article/view/4112

Edição

Seção

ARTIGOS - LITERATURA E PRÁTICAS CULTURAIS