No território do fantástico, o espaço se esparsa
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v17i43.16408Palavras-chave:
Modo fantástico, Espaço, Singularização, EstranhamentoResumo
O ensaio apresenta a hipótese de que os espaços se constituem como elementos ficcionais imprescindíveis para a irrupção da ambientação fantástica em narrativas do modo fantástico. Para cumprir esse intento três direções são percorridas: os cenários e macroespaços de contos de Edgar Allan Poe, os objetos mágicos em contos dos Irmãos Grimm e os corpos metamórficos em contos de Murilo Rubião. Na conclusão do ensaio, há a demonstração de como o espaço de linguagem da literatura fantástica apresenta-se constituído por meio do recurso estético que recorre a um plus ultra no processo de singularização e estranhamento.
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