O teor subversivo da poesia marginal: uma análise da obra vozes guardadas, de Elisa Lucinda sob uma perspectiva bakhtiniana
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v15i38.14786Palavras-chave:
Poesia marginal, ativismo feminino, ativismo negro, dialogismo.Resumo
Este artigo objetiva analisar as relações dialógicas engendradas nos poemas Carta Escrita em Coração Materno e Presença da ausência, constantes, respectivamente, em Jardim de Cartas e O livro dos desejos, da obra intitulada Vozes Guardadas, de Elisa Lucinda. A partir da teoria de Bakhtin e o Círculo para o estudo dos gêneros discursivos, bem como dos conceitos de valoração e de apropriação e transmissão da palavra dos outros postulados pelos teóricos russos, examinamos os poemas, dando atenção ao seu caráter dialógico. A análise evidencia que a escrita de Elisa Lucinda abarca uma perspectiva identitária de gênero e de raça, que questiona as estruturas sociais vigentes, expondo traumas e mazelas sociais que a sociedade tanto procura esconder.
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