Corpos gordos (In)visibilizados na Linguística Aplicada
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v14i36.11715Palavras-chave:
Linguística Aplicada. Corpo Gordo. Gordofobia. Gordativismo.Resumo
Este trabalho se constitui como uma pesquisa bibliográfica qualitativo-interpretativista realizada a partir do levantamento de estudos no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, na Coleção de Periódicos da biblioteca eletrônica SciELO e na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, a fim de entender se e como pesquisas relacionadas ao corpo gordo como uma questão social compõem os trabalhos da Linguística Aplicada no Brasil. Para tanto, discutimos alguns fenômenos históricos e sociais na construção da imagem estigmatizada do corpo gordo, por meio de um breve apanhado de conceitos ligados à gordofobia, e traçamos como percurso metodológico a busca nas plataformas selecionadas por 10 palavras-temas que abrangem o ativismo gordo. Após o refinamento do levantamento feito nas três bases bibliográficas, considerando a grande área “Linguística, Letras e Artes”, as 10 palavras-temas escolhidas e sua relação com a Linguística Aplicada, foram encontrados quatro trabalhos. A análise desses trabalhos aponta para uma lacuna de estudos sobre corpos gordos no escopo da Linguística Aplicada brasileira que tenha um olhar mais plural para as dimensões de nosso país, o que indica a necessidade de que a temática gordoativista seja incorporada aos estudos da Linguística Aplicada, contribuindo, assim, para a construção de uma sociedade menos gordofóbica.
Downloads
Referências
BASTOS, Pedro Augusto de Lima; PESSOA, Rosane Rocha. A Discussion on English Language Students’ Body Image: Beauty Standards and Fatness. Profile Issues in Teachers Professional Development, v. 21, n. 1, p. 13-26, 2019.
BAUMAN, Zygmunt. Capitalismo parasitário. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
CAETANO, Virgínia Barbosa Lucena. “Não tem cabimento”: corpo e subjetividade no discurso de sujeitos gordos. 2019. 218f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Centro de Letras e Comunicação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2019.
CARVALHO, Alexandra Bittencourt de. Representações e identidades de mulheres gordas em práticas midiáticas digitais: tensões entre vozes de resistência e vozes hegemônicas. 2018. 149f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Departamento de Letras, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2018.
COOPER, Charlotte. Fat studies: mapping the field. Sociology Compass, v. 4, n. 12, p. 1020-1034, 2010.
CRUZ, Claudia Almada Gavina da; BASTOS, Liliana Cabral. Histórias de uma obesa: a teoria dos posicionamentos e a (re)construção discursiva das identidades. Linguagem em (Dis)curso – LemD, Tubarão, SC, v. 15, n. 3, p. 367-384, set./dez. 2015.
CRUZ, Claudia Almada Gavina da. História é o que mais tem: narrativas e a construção discursiva das identidades de obesidade. 2015. 141f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
GUNTHER, Hartmut. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão?. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 22, n. 2, p. 201-210, 2006.
GURGEL, Alexandra. Pare de se odiar: porque amar o próprio corpo é um ato revolucionário. Rio de Janeiro: Best Seller, 2018.
KLEIMAN, Angela B.; VIANNA, Carolina Assis Dias; DE GRANDE, Paula Baracat. A Linguística Aplicada na contemporaneidade: uma narrativa de continuidades na transformação.Calidoscópio, v.17, n. 4, p. 724-742, 2019.
MARRA, Daniel da S.; REZENDE, Tânia F. Desobediência linguística: por uma epistemologia liminar que rasure a normatividade da língua portuguesa. Porto das Letras, v. 4, n. 1, p. 174-202, 2018.
MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Linguística aplicada e vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa. In:______ (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006, p. 85-108.
MOITA LOPES, Luiz Paulo da; FABRÍCIO, Branca Falabella. Por uma ‘proximidade crítica’ nos estudos em Linguística Aplicada. Calidoscópio, v.17, n. 4, p. 711-723, 2019.
PENNYCOOK, Alastair. Critical Applied Linguistics: A Critical Introduction. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, 2001.
PETROSKI, Edio Luiz; PELEGRINI, Andreia; GLANER, Maria Fátima. Motivos e prevalência de insatisfação com a imagem corporal em adolescentes. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, p. 1071-1077, 2012.
PICAGEVICZ, Ana Paula. “Você seria tão bonita, se fosse magra”: os múltiplos sentidos no discurso da superação da obesidade. 2018. 144f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Centro de Educação, Comunicação e Artes, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2018.
PINTO, Danilo Corrêa. Corpos femininos produzidos pelo discurso da mídia para os desfiles de escola de samba do carnaval carioca. In: HASHIGUTI, Simone Tiemi; TAGATA, William Mineo (Orgs.). Corpos, imagens e discursos híbridos. Campinas: Pontes, 2016. p. 59- 76.
RAMOS-SOARES, Wilker. Onde estão os corpos gordos? Um levantamento de estudos na Linguística Aplicada. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, 2019.
RAMOS-SOARES, Wilker. Papo de Menin@s: GORDOFOBIA NAS ESCOLAS – Como tem sido (re)construído as identidades corporais plurais no contexto educacional?. Webinar apresentado por Wilker Ramos Soares [Anápolis: YouTube. 05/08/2020], 2020. 1 vídeo
(1h 31min 42 seg). Online. Publicado pelo canal Papo de Escola. Português. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8qoidIiviL0. Acesso em: 10 ago. 2020.
RANGEL, Natália Fonseca de Abreu. A emergência do ativismo gordo no Brasil. In: 13º CONGRESSO MUNDOS DE MULHERES (MM) E SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO (FG) 11, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2017.
RANGEL, Natália Fonseca de Abreu. O ativismo gordo em campo: política, identidade e construção de significados. 2018. 162f. Dissertação (Mestrado em Sociologia Política) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.
TARDIF, Richard. The headless fatty: an effigy of hate, discrimination and intolerance, May 1, 2019. Disponível em: http://richardtardif.com/the-headless-fatty-the-body-the-belly-the-arse-food/. Acesso em: 27 abr, 2020.
TIBURI, Marcia. Feminismo em comum para todas, todes e todos. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2018.
VASCONCELOS, Naumi A de; SUDO, Iana; SUDO, Nara. Um peso na alma: o corpo gordo e a mídia. Revista Subjetividades, v. 4, n. 1, p. 65-93, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.