As contribuições da Linguística Aplicada (LA) e da Análise Dialógica do Discurso (ADD) para pensar a escola como lugar de debate público
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v14i36.11436Palavras-chave:
Fake news. Enunciado concreto. Linguística Aplicada. Análise Dialógica do Discurso. Escola.Resumo
Este artigo objetiva apontar as contribuições da Linguística Aplicada (LA) e da Análise Dialógica do Discurso (ADD) para o estudo do texto como um enunciado concreto, instaurando a sala de aula como um espaço dialógico para a realização de debates públicos entre os alunos e os professores, num contexto imediato, e entre a comunidade em geral, num contexto mais amplo. Para tanto, o estudo se fundamenta na Linguística Aplicada e na Análise Dialógica do Discurso, baseando-se, em especial, na noção bakhtiniana de enunciado concreto, para realizar um exercício de leitura dialógica das lutas sociais em torno da prática discursiva das chamadas fake news. Com a pesquisa, pudemos observar que articulação teórica e metodológica da Linguística Aplicada com a Análise Dialógica do Discurso numa Linguística Aplicada Dialógica gera condições para o tratamento dos textos com base no exame de seus elementos extralinguísticos, de natureza social, histórica, cultural, ideológica, contextual e dialógica. Também pudemos perceber que a abordagem dos aspectos em questão pode contribuir para a renovação do ensino de língua portuguesa, fundada na assunção de uma atitude ética e responsiva diante dos problemas sociais nos quais a linguagem em uso se destaca como fator central.
Downloads
Referências
ALVES, B. F. Uma análise bakhtiniana sobre a responsividade em práticas de letramento na associação de catadores de materiais recicláveis em Bom Jesus Sul, Limoeiro do Norte, Ceará. 2017. 329 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - - Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2015. Disponível em: http://www.uece.br/posla/wp-content/uploads/sites/53/2020/01/TESE_BENEDITO-FRANCISCO-ALVES.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2020.
AMARAL, M. R. S. Análise dialógica dos signos ideológicos verbo-visuais em poesias da obra n.d.a., de Arnaldo Antunes. 2017. 218 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2018. Disponível em: http://www.uece.br/posla/wp-content/uploads/sites/53/2019/11/Dissertac%CC%A7a%CC%83o-Marcos-Roberto-dos-Santos-Amaral.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2020.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 6. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.
BAKHTIN, M. Problemas da Poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
BRAIT, B. Análise e teoria do discurso. In: ______. (Org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2010. p. 9-31.
BRAIT, B. Olhar e ler: verbo-visualidade em perspectiva dialógica. Bakhtiniana, v. 8, n. 2, p. 43-66, 2013.
BRAIT, B.; MELO, R. Enunciado/enunciado concreto/enunciação. In: BRAIT, B. (Org.). Bakhtin: conceitos-chave. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 61-78.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 14 de abril de 2020.
BUBNOVA, T. Voz, sentido e diálogo em Bakhtin. Bakhtiniana, v. 16, n. 1, p. 268-280, 2011.
FABRÍCIO, B. F. Linguística aplicada como espaço de “desaprendizagem”: redescrições em curso. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 45-65.
FIORIN, J. L. Categorias de análise em Bakhtin. In: PAULA, L.; STAFUZZA, G. (Orgs.). Círculo de Bakhtin: diálogos in possíveis. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2010. p. 33-48.
FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. 2. ed. São Paulo: Ática, 2019.
FARACO, C. A. Linguagem & diálogo: as ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar Edições, 2009.
FREIRE, J. L. Uma análise círculobakhtiniana do estilo e da responsividade em propaganda antiviolência sexual infanto-juvenil: o caso da campanha publicitária da Childhood Brasil. 2015. 146 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2015. Disponível em: http://www.uece.br/posla/wp-content/uploads/sites/53/2019/11/Janaina_Lisboa_Dissertac%CC%A7a%CC%83o.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2020.
GONÇALVES, J. B. C.; AMARAL, M. R. S. Análise dialógica do discurso orientada para o texto: o dialogismo interno e a bivocalidade no poema ela e você, de Arnaldo Antunes. Letras em Revista, v. 8, n. 1, p. 137-159, 2017.
GONÇALVES, L. E. Q. Quem vê capa não vê coração: um olhar bakhtiniano sobre a construção de sentidos da imagem dos evangélicos em capas da revista Veja. 2015. 127 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2015. Disponível em: http://www.uece.br/posla/wp-content/uploads/sites/53/2019/11/Laryssa-E%CC%81rika-Queiroz.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2020.
GRILLO, S. V. C. Esfera e campo. In: BRAIT, B. Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2010, p. 133-160.
GUEDES, I. L. Marcha das Vadias como resposta carnavalizada do feminismo: uma análise bakhtiniana de uma campanha fotográfica. 2015. 173 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2015. Disponível em: http://www.uece.br/posla/wp-content/uploads/sites/53/2019/11/DISSERTAC%CC%A7A%CC%83O-Indira-Lima-Guedes.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2020.
MACHADO, I. Texto como enunciação: a abordagem de Mikhail Bakhtin. Língua e Literatura, n. 22, p. 89-105, 1996.
MOITA LOPES, L. P. Afinal, o que é linguística aplicada? In: ______. (Org.). Oficina de linguística aplicada: a natureza social e educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1996. p. 17-24.
MOITA LOPES, L. P. Da aplicação de Linguística à Linguística Aplicada Indisciplinar. In: PEREIRA, R. C.; ROCA, P. (Orgs.). Linguística Aplicada: um caminho com diferentes acessos. São Paulo: Editora Contexto, 2011. p. 11-24.
MOITA LOPES, L. P. A transdiciplinaridade é possível em linguística aplicada? In: SIGNORINI, I.; CAVALCANTI, M. (Orgs.). Linguística Aplicada e transdisciplinaridade: questões e perspectivas. Campinas: Mercado de Letras, 1998. p. 101-126.
MOITA LOPES, L. P. Linguística aplicada e vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa. In: _____. (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006a. p. 85-107.
MOITA LOPES, L. P. Introdução: uma linguística aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como linguista aplicado. In: _____. (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006b. p. 13-44.
MORSON, G. C.; EMERSON, C. Mikhail Bakhtin: criação de uma prosaística. Tradução de Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
MOTA, N. V. Análise dialógica da carnavalização e da (im)polidez na construção de sentidos no filme Alexandre e outros heróis. 2019. 202 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2019. Disponível em: http://www.uece.br/posla/wp-content/uploads/sites/53/2020/01/DISSERTA%C3%87%C3%83O_NATHALIA-VIANA-DA-MOTA.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2020.
PONTES, M. S. Uma abordagem bakhtiniana da (re)construção de sentidos do ser feminino nas campanhas publicitárias #LikeAGirl e #ShineStrong. 2016. 117 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2016. Disponível em: http://www.uece.br/posla/wp-content/uploads/sites/53/2019/11/MARI%CC%81LIA-SILVA-PONTES-1.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2020.
RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica. In: _____. (Org.). Por uma linguística crítica. São Paulo: Parábola Editorial, 2003a. p. 123-128.
RAJAGOPALAN, K. Repensar o papel da linguística aplicada. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 149-168.
RAJAGOPALAN, K. Sobre a dimensão ética das teorias linguísticas. In: _____. (Org.). Por uma linguística crítica. São Paulo: Parábola Editorial, 2003b. p. 49-56.
SANTOS, I. X. De dentro para fora: um olhar bakhtiniano sobre a representação da face discursiva da pessoa com Síndrome de Down na exposição Inside Out. 2018. 146 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2018. Disponível em: http://www.uece.br/posla/wp-content/uploads/sites/53/2019/11/DISSERTAC%CC%A7A%CC%83O_INGRID-XAVIER-DOS-SANTOS.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2020.
SILVA, T. R. A reexistência da periferia em letramentos de jovens MCs: uma análise de signos ideológicos nos jogos de linguagem do rap. 2018. 170 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2018. Disponível em: http://www.uece.br/posla/wp-content/uploads/sites/53/2019/11/DISSERTAC%CC%A7A%CC%83O_TATIANE-RODRIGUES-DA-SILVA.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2020.
SILVA, E. G. Análise do discurso carnavalizado na narrativa fílmica de animação Valente: "Eu decidi fazer o que é certo e... quebrar a tradição”. 2016. 172 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, 2016. Disponível em: http://www.uece.br/posla/dmdocuments/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Elayne%20G.%20Silva.pdf. Acesso em: 09 de abril de 2020.
SILVA, A. P. P. F. Bakhtin. In: OLIVEIRA, L. A. (Org.). Estudos do discurso: perspectivas teóricas. São Paulo: Parábola, 2013.
SIPRIANO, B. F.; GONÇALVES, J. B. C. O conceito de vozes sociais na teoria bakhtiniana. Revista Diálogos, Mato Grosso, v.5, n.1, p.60-80, 2017.
STELLA, P. R. Palavra. In: BRAIT, B. (Org.). Bakhtin: conceitos-chave. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 177-190.
VOLOCHÍNOV, V. A construção da enunciação. In: _____. (Org.). A construção da enunciação e outros ensaios. Tradução de João Wanderley Geraldi. São Carlos: Pedro & João Editores, 2013. p. 157-188.
VOLÓCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Editora 34, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.