Construções discursivas de anúncios de modelos transmasculinos em um site pornográfico e seus efeitos performáticos
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v13i33.10086Palavras-chave:
Transmasculinidades. Discurso e linguagem. Performatividades. Site pornográfico.Resumo
Neste trabalho, nosso objetivo é analisar as construções discursivas de anúncios de modelos transmasculinos em um site pornográfico. O referencial teórico abarca a perspectiva das teorias de gênero e sua relação com a linguagem e discurso e o conceito de performatividade. Metodologicamente, este estudo se enquadra em um paradigma de pesquisa qualitativo-interpretativista. Para a geração dos dados, foram analisados 76 perfis disponíveis na seção transboys do site, a fim de identificar a construção de suas performances e como essas se apresentam em termos performativos, ao passo que possibilitam a criação de outros referenciais e repertórios no espectro das masculinidades. Os resultados sugerem tanto uma tendência à reprodução de masculinidades hegemônicas quanto a negociação e afrouxamento de parâmetros anatômico-linguísticos que generificam os corpos em masculinos ou femininos. Nessa perspectiva, há perfis que transitam com maior facilidade entre os gêneros e performances, enquanto outros seguem com maior rigor os parâmetros sociais de masculinidades.
Downloads
Referências
ALMEIDA, G. 'Homens trans': novos matizes na aquarela das masculinidades. Revista Estudos Feministas, v. 20, p. 513-523, 2012.
BONFANTE, G. M. A Erótica dos Signos em Aplicativos de Pegação: performances íntimo-espetaculares de si. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2016.
BORBA, R. Desaprendendo a ser: trajetórias de socialização e performances narrativas no Processo Transexualizador do SUS. Doutorado (Linguística Aplicada) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014a.
BORBA, R. Sobre os obstáculos discursivos para a atenção integral e humanizada à saúde de pessoas transexuais. Sexualidad, Salud y Sociedad, Rio de Janeiro, v. 17, p. 66-97, 2014b.
BORBA, R. A linguagem importa? Sobre performance, performatividade e peregrinações conceituais. Cadernos Pagu, n. 43, p. 441-473, 2014c.
BORBA, R. Receita para se tornar um 'transexual verdadeiro': discurso, interação e (des)identificação no processo transexualizador. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 55, p. 33-75, 2016.
BUTLER, J. Problemas de gêneros: feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
BUTLER, J. Corpos em aliança e a política das ruas: Notas sobre uma teoria performativa de assembleia. Trad. Fernanda Siqueira Miguens. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
EDELMAN, E. A; ZIMMAN, L. Boycunts and Bonusholes: Trans masculine bodies and the sexual productivity of genitals. Journal of Homosexuality, 61, p. 673-690, 2014.
EDELMAN, E. A. Not ‘In’ or ‘Out’: Taking the ‘T’ Out of the ‘Closet’. In: ZIMMAN, Lal; DAVIS, Jenny; RACLAW, Joshua (Eds.). Queer Excursions: Retheorizing Binaries in Language, Gender, and Sexuality. Oxford: Oxford University Press, 2014.
FABRÍCIO, B. F. Linguística aplicada e visão de linguagem: por uma indisciplinaridade radical. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 1, 2017. p. 1-19.
FAIRCLOUGH, N. Discourse and social change. Cambridge: Polity Press, 1992.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
JESUS, D. M. Cultura da Violência: discursos sobre assassinatos de travestis entre internautas. In: JESUS, D. M. Corpos Transgressores: políticas de resistência. Campinas: Pontes Editores, 2018. p. 67 – 80.
MOITA LOPES, L. P. (org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
NERY, J. Viagem solitária: Memória de um transexual – 30 anos depois. Rio de Janeiro: Leia Brasil, 2011.
MOIRA, A. E se eu fosse puta. São Paulo: Hoo Editora, 2016.
PRECIADO, Paul B. Testo junkie: Sex, drugs, and biopolitics in the pharmacopornographic era. New York: The Feminist Press at CUNY, 2013.
SHALOM, C. That great supermarket of desire: attributes of the desired other in personal advertisements. In: HARVEY, K; SHALOM, C. (Eds.). Language and desire: encoding sex, romance and intimacy. London and New York: Routledge, 1997.
SOUZA, D. S; ZOLIN-VESZ, F. Da hospitalidade à intolerância ao migrante árabe: construções discursivas sobre um mesmo Brasil. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 57, p. 877-893, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.