A humanidade face aos riscos globais: desafios à revisão da estrutura normativa que rege o Sistema Internacional
DOI:
https://doi.org/10.30612/videre.v14i19.15058Palavras-chave:
humanidade, riscos globais, norma, cosmopolitismoResumo
O objetivo desse artigo é fazer uma reflexão crítica das premissas defendidas pelo Cosmopolitismo sobre o quão distante estamos da reorganização das atuais instituições internacionais a partir da formulação de um novo sistema de governança mais inclusivo e que reflita os riscos da atual sociedade global. A abordagem empregada neste trabalho foi o método hipotético-dedutivo e a técnica de pesquisa bibliográfica. Conclui-se que a atual estrutura das instituições internacionais não responde ao potencial de riscos globais em face de suas estruturas estarem presas ao modelo hegemônico da primeira parte do século XX. A complexidade jacente do atual sistema internacional assevera a necessidade da cooperação e da coordenação constante conduzidas por órgãos e mecanismos multilaterais plurais. Da mesma forma, a ação concertada e balizada pelas regras de conduta de órgãos efetivamente multilaterais precisam levar em conta um mundo mais cosmopolita e de riscos constantes.
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