Amazônia e a retomada da integração elétrica regional: estratégias regionais dos capitais posicionados na América do Sul

Resumo

Neste artigo revisamos a trajetória dos programas de integração de infraestrutura no continente sul-americano, identificando modulações nos ciclos de governos alternadamente liberais y progressistas. Apesar da ênfase retórica embutida na bandeira da “soberania energética” o que se observou nos últimos anos foi o pragmatismo das associações entre capitais estrangeiros que redundaram em uma franca multilateralização dos regionalismos inicialmente esboçados. A região amazônica foi vítima primeira do desmonte dos projetos integracionistas, tornando-se tornando- se um cardápio de enclaves instalados e por instalar. Grandes empresas localizadas na região consolidamse como como provedoras mundiais de matérias-primas em larga escala e para isso contam com a flexibilização crescente dos marcos regulatórios dos setores de energia, mineração e infraestrutura. A capacidade diferencial dos setores que representam os interesses dos setores de commodities contrasta com a capacidade das populações locais para incidirem em torno da pretensão mínima de que se cumpram marcos de proteção elementares. A prospecção das estratégias regionais dos capitais é o que procuramos fazer neste ensaio retrospectivo-prospectivo, nos marcos de tratativas recentes de integração elétrica regional, com base em velhos e novos projetos de geração e transmissão elétrica, na região amazônica.