A expansão das monoculturas: do global ao local, da China ao TIPNIS
DOI:
https://doi.org/10.30612/rmufgd.v10i18.11990Palavras-chave:
China, Extrativismo, Povos indígenasResumo
O artigo trata dos impactos socioambientais causados pelas atividades extrativistas realizadas em territórios indígenas e biodiversos da América do Sul entre 2000 e 2015, no contexto do incremento das exportações de recursos naturais dos países da região para a China, em ascensão econômica no mesmo período. A aposta no extrativismo como eixo dos programas nacionais e regionais de desenvolvimento econômico e social por parte dos governos progressistas resultou em um cenário de conflito com as organizações indígenas, que lutam pelo controle de seus territórios, modos de vida e saberes. O conflito em torno da construção da estrada que atravessa o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), na Amazônia Sul boliviana, sintetiza essa tensão, expondo os diferentes projetos civilizatórios em disputa na América do Sul como um todo, e na região Amazônica em particular. De um lado, o projeto viário expõe o avanço de diferentes monoculturas sobre a floresta e os seus povos. De outro, revela a luta dos indígenas das terras baixas bolivianas que resistem à consolidação da estrada na zona central do parque e, de forma mais ampla, ao estabelecimento do progresso como projeto social único e universal de todas as nações e povos, da China ao Tipnis.
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