Representações sociais de cuiabá: estudo comparativo entre mapas cognitivos de crianças em escolas públicas e particulares

Autores

  • Daniela Barros da Silva Freire Andrade
  • Paula Figueiredo Poubel
  • Eliza Moura Pereira da Silva

Palavras-chave:

Representações socioespaciais. Cidade. Infância.

Resumo

Este texto analisa dados de estudos sobre representações sociais da cidade segundo crianças de escolas públicas (SILVA, 2014) e particulares (POUBEL, 2016). O aporte teórico partiu da abordagem ontogenética das representações sociais e da Teoria Histórico Cultural em diálogo com os estudos de Bourdieu (2004) e Sennett (1988). Como metodologia adotou-se mapas cognitivos (ALBA, 2011) produzidos por 80 crianças (40 de escolas públicas e 40 de escolas particulares), analisados conforme a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Os resultados indicam um campo representacional marcado por informações sobre a cidade atrelada à rotina das crianças, esta orientada pelos adultos que regulam estruturas de oportunidade para sua aprendizagem e desenvolvimento. Observou-se maior repertório nos mapas coletados na escola pública, cujos trajetos infantis são realizados por meio de transporte público ou a pé. As crianças das escolas particulares anunciam a cidade vista pela janela do carro com destaque para grandes avenidas, vias públicas e logomarcas. Em ambos os grupos, destaca-se a recorrência de espaços privatizados como shoppings, lojas e lugares de família. Assim, conteúdos representacionais identificados sobre Cuiabá indicam a influência das diferentes posições sociais dos grupos, em acordo com os espaços que vivenciam e com a mediação exercida pelo adulto.

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Referências

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Publicado

2016-11-24

Como Citar

ANDRADE, D. B. da S. F.; POUBEL, P. F.; SILVA, E. M. P. da. Representações sociais de cuiabá: estudo comparativo entre mapas cognitivos de crianças em escolas públicas e particulares. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 6, n. 17, p. 147–161, 2016. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/educacao/article/view/5792. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Demanda Contínua