Gêneros textuais no ensino de Língua Portuguesa a surdos: propostas para uma educação bilíngue

Autores

  • Bruna Crescêncio Neves Universidade Federal de Santa Catarina

Palavras-chave:

Gêneros textuais. Surdos. Língua Portuguesa.

Resumo

Resumo: O reconhecimento da língua de sinais como língua natural do surdo através da lei nº 10.436/02 mudou completamente a realidade dos surdos no Brasil. A partir da legitimidade da Língua Brasileira de Sinais (doravante Libras) o surdo passou a garantir outros direitos, como o ingresso no ensino regular. Desde então, professores e alunos buscam  um ensino de LB de qualidade e que atenda ouvintes e surdos em um mesmo contexto escolar, disponibilizando a todos um ensino que não esteja dissociado da realidade, mas que permita a apropriação de múltiplos aspectos no uso diário da língua.  Faz-se necessário formar sujeitos capazes de refletir sobre a lingua(gem), sabendo que o uso da mesma se efetiva nas relações sociais, em contextos reais, por isso a necessidade de trazer para a sala de aula discussões acerca dos gêneros textuais.  Propõe-se, desse modo, uma educação bilíngue que permita ao aluno surdo inserido no contexto ouvinte, o acesso a uma formação íntegra no que diz respeito à língua e um ensino que não fique restrito às normas gramaticais, mas que o capacite para o exercício pleno de sua segunda língua. Logo, este artigo tem como objetivo, propor diferentes formas de usos dos gêneros textuais no ensino de Língua Portuguesa aos surdos.

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Biografia do Autor

Bruna Crescêncio Neves, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Linguística/Universidade Federal de Santa Catarina

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Publicado

2014-04-28

Como Citar

Neves, B. C. (2014). Gêneros textuais no ensino de Língua Portuguesa a surdos: propostas para uma educação bilíngue. ARREDIA, 2(3), 20–35. Recuperado de https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/arredia/article/view/2752

Edição

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Artigos