A fronteira cultural do ser surdo: diferença e resistência em tempos modernos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v14i34.11076

Palavras-chave:

Fronteira. Surdo. Diferença. Estudos Culturais. Libras.

Resumo

Este artigo discute a fronteira cultural que perpassa a surdez entendida como diferença, objetivando contribuir com o debate sobre fronteira, diferença e algumas teorias presentes nos Estudos Culturais. Nesse sentido, por meio de ensaio teórico os conceitos apresentados por autores como Pesavento (2002), Strobel (2016), Costa (2010), Skliar (1999), Geertz (2012), Prysthon (2001), entre outros, foram incorporados a discussão. Procurou-se desvincular a ideia da surdez enquanto doença, que precisa de cura, ou seja, entender os surdos como sujeitos que possuem uma língua, identidade e cultura e são protagonistas de sua própria história. Para isso, o artigo foi dividido em três tópicos. O primeiro tópico ajuda na compreensão dos conceitos relacionados às fronteiras presentes na história da educação dos surdos, e como eles eram estereotipados como (a) normais, o segundo tópico apresenta uma discussão teórica decolonial baseada nos Estudos Culturais e na compreensão da diferença surda e, por fim, o terceiro tópico apresenta as formas de comunicação dos sujeitos visuais, enquanto produtores de cultura.

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Biografia do Autor

Katicilayne Roberta de Alcântara, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais do Campus de Aquidauana (UFMS). Possui Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e Libras pela Universidade Federal da Grande Dourados (2018), Licenciatura em Pedagogia pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (2011) e Especialização em Educação Especial e Inclusiva pela Faculdade de Educação São Luís (2018). Atualmente é Tradutora Intérprete de Libras na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da Libras /Língua Portuguesa (PROLIBRAS-MEC). Tem experiência na área educacional, participação em projetos, eventos, e comissões relacionados à área de Libras, Educação de Surdos e Tradução e Interpretação.

Antônio Firmino de Oliveira Neto, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Doutor em Geografia,  docente da graduação e do Programa de pós-graduação em Estudos Culturais do Campus de Aquidauana da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

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Publicado

16.07.2020

Como Citar

Alcântara, K. R. de, & Oliveira Neto, A. F. de. (2020). A fronteira cultural do ser surdo: diferença e resistência em tempos modernos. Raído, 14(34), 259–272. https://doi.org/10.30612/raido.v14i34.11076

Edição

Seção

Artigos Científicos - Temática livre