A saga das "vidas nuas" em O mundo à solta, de Felipe Fortuna: um estado de exceção permanente
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v13i32.9525Palavras-chave:
Vidas nuas. Estado de exceção. Felipe Fortuna. O mundo à solta.Resumo
O propósito deste trabalho é empreender a análise de alguns poemas de O mundo à solta, de Felipe Fortuna, evidenciando refl exões sociais neles implicadas, por meio da saga das “vidas nuas” (AGAMBEM, 2010), aquelas que vivem em estado de exceção permanente. Uma situação de indivíduos em constante status de exclusão, que sobrevivem na fronteira entre o humano e o não-humano, e têm as suas existências suspensas de direitos fundamentais. Assim, a abordagem de três poemas – “A fome fica”, “Morrer na rua” e “Os meus respeitos” – evidenciará a realidade de muitos oprimidos, de cidadãos que vivem em constante abandono, à margem do socius. Para tanto, os ensinamentos do fi lósofo italiano Giorgio Agamben (2010), sobre o homo sacer, o poder soberano e a vida nua, serão entrelaçados aos versos do poeta carioca para fundamentação teórica do texto.Downloads
Referências
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