Considerações sobre variação linguística na língua Terena
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v15i39.14903Palavras-chave:
Sociolinguística, Terena, variação linguística, variedadesResumo
Este artigo procura discutir o fenômeno da variação linguística na língua Terena a partir de pressupostos da Sociolinguística (LABOV, 2008; BAGNO, 2015). A discussão parte de exemplos coletados em três aldeias Terena situadas em dois municípios de Mato Grosso Sul: Aldeias Lagoinha e Bananal (Aquidauana) e Aldeia Cachoeirinha (Miranda) a partir de conversas espontâneas com os residentes. Uma pesquisa nesses moldes se justifica pela importância de compreender que o fenômeno da variação linguística e a existência de variedades linguísticas diferentes dentro de uma mesma língua não é um problema, e sim é um resultado natural da riqueza linguística, cultural e social de seus falantes. Assim, evitam-se conflitos sociolinguísticos entre os falantes dessa língua natural e a perpetuação de preconceito linguístico em relação a uma ou outra comunidade de fala. A partir das entrevistas, verificou-se que nas três aldeias Terena ocorre o fenômeno da variação linguística. Especificamente, encontraram-se exemplos de variação diastrática, decorrente da faixa etária dos falantes de Terena e, internamente, observou-se variação de natureza lexical, isto é, referente a nomes que designam objetos. A partir disso, verificou-se que há também variação linguística na língua Terena, fenômeno orgânico em todas as línguas naturais e, por isso, não há variedade de Terena mais adequada ou mais original, pois todas elas possibilitam a interação entre os falantes dessa comunidade de fala.
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