Paixão Pagu & mi vida: literaturas de si e práticas feministas-revolucionárias no contexto da América Latina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v14i35.12033

Palavras-chave:

Pagu. Blanca Luz. Literatura de si. Prática revolucionária. Prática feminista.

Resumo

O presente estudo objetiva apresentar, através de uma breve análise comparativa, as obras Paixão Pagu: A autobiografia precoce de Patrícia Galvão (2005), da brasileira Patrícia Galvão, a Pagu, e Mi Vida: Cartas de Amor a Siqueiros (2004), da uruguaia Blanca Luz Brum. Almeja-se argumentar como as experiências manifestadas em ambas as escritas de si podem ser compreendidas enquanto práticas revolucionárias e feministas, já que contribuem para o desenvolvimento do pensamento crítico social e das lutas feministas no contexto da América Latina. Ambas as autoras, destacadas militantes do início do século XX, subverteram, tanto em suas vidas quanto em suas literaturas, a naturalização da domesticidade da mulher, tornando-se importantes representantes da luta histórica pela inserção das mulheres latino-americanas nos espaços de atuação política.

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Biografia do Autor

Jessica Antunes Ferrara, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Possui graduação em Letras: Língua portuguesa e suas respectivas literaturas (2016) e mestrado em Letras: Estudos Literários (2019) pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente é doutoranda em Letras: Estudos Literários pela mesma instituição. Desenvolve pesquisa com foco em Literatura Comparada, Literatura Contemporânea, Crítica Social e Estudos de Gênero na América Latina.

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Publicado

17.11.2020

Como Citar

Ferrara, J. A. (2020). Paixão Pagu & mi vida: literaturas de si e práticas feministas-revolucionárias no contexto da América Latina. Raído, 14(35), 227–245. https://doi.org/10.30612/raido.v14i35.12033

Edição

Seção

Política e sociedade na literatura de autoria de mulheres