O corpo em (dis)curso: dominação e resistência no Conto da Aia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v14i35.11630

Palavras-chave:

Corpo. Discurso. Dominação. Resistência. O Conto da Aia.

Resumo

O interesse pelo corpo, enquanto objeto do conhecimento, é tão antigo quanto a civilização. Seus modos de representação têm se transformado junto com as práticas discursivas que o definem, e com isso tem se mostrado elemento analítico das relações sociais e objeto de representação dos comportamentos, atitudes, moralidade, estética e ética de um determinado período sócio-histórico. Empreendemos nesse trabalho uma análise dos gestos de interpretação acerca do corpo do sujeito mulher no livro O conto da Aia, de autoria de Margaret Atwood (1985 [2017]), e em sua adaptação televisa criada por Bruce Miller em 2017.  Teremos como base teórica e metodológica os estudos discursivos de Pêcheux (2014, 2015, 2016), Orlandi (2016) e Ferreira (2013). Buscaremos compreender, nas duas versões, literária e fílmica, os modos de discursivização da dominação e da resistência do/no corpo. Nessa perspectiva, dois funcionamentos discursivos serão caracterizados: o do corpo dominado e o do corpo resistente, esse último se desdobrando em duas posições: corpo-subsistência e corpo-erótico.

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Biografia do Autor

Ariane Silva da Costa Sampaio, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino.

Washington Silva de Farias, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino.

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Publicado

17.11.2020

Como Citar

Sampaio, A. S. da C., & Farias, W. S. de. (2020). O corpo em (dis)curso: dominação e resistência no Conto da Aia. Raído, 14(35), 119–139. https://doi.org/10.30612/raido.v14i35.11630

Edição

Seção

Política e sociedade na literatura de autoria de mulheres