Criança Kaiowá surda e sua comunicação na família e na escola
DOI :
https://doi.org/10.30612/eduf.v7i19.6988Résumé
O presente artigo é um recorte da dissertação de mestrado em educação e apresenta uma visão geral sobre a comunicação da criança Kaiowá surda no contexto familiar e escolar das Aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, MS. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico fundamentada nos Estudos Culturais e nas premissas do desenvolvimento ecológico de Bronfenbrenner (1996). Os procedimentos e os instrumentos para coleta e análise de dados envolveram: a observação participante, o registro no diário de campo e a entrevista semiestruturada. Participaram deste estudo cinco crianças indígenas da etnia Kaiowá, sendo uma com diagnóstico médico de surdez e as outras, apenas pela observação funcional. Os resultados revelaram que: a) a criança Kaiowá surda interage e se comunica por meio de sinais icônicos; b) ocupa um lugar de invisibilidade, perpassado pelas representações sociais da impossibilidade da fala, da aquisição de conhecimento e assimilação da cultura tradicional; c) as práticas comunicativas não favorecem a constituição das identidades surdas e indígenas. Nesses contextos, ressalta-se a necessidade de estabelecer trocas de saberes entre os envolvidos com a aprendizagem das crianças indígenas surdas, além de potencializar espaços para o desenvolvimento linguístico, cognitivo e sociocultural.